No período que vai de 3 a 4 de julho, o centro do Texas enfrentou enchentes devastadoras, com o saldo de vítimas chegando a 95 mortos, e muitas delas eram crianças em um acampamento de verão. As consequências ambientais e humanas do desastre relembraram o impacto dos cortes na previsão do tempo e na preparação para desastres.
Cortes na NOAA e impacto nas ações de alerta
A tragédia ocorre cerca de dois meses depois da administração Trump cortar fundos e reduzir o número de funcionários na Agência Oceânica e Atmosférica (NOAA), incluindo o Serviço Nacional de Meteorologia. Segundo a NPR, o órgão perdeu quase 600 trabalhadores neste ano, o que teria contribuído para a ausência de sistemas de aviso eficazes na região de Kerr County, onde a maioria das mortes ocorreu.
Judge Rob Kelly, responsável pela administração local, revelou que uma sirene de alerta do tipo tornado havia sido considerada para a área há cerca de seis ou sete anos, mas o alto custo impediu sua implantação. “Nós olhamos para isso antes… Mas a opinião pública rejeitou por causa do custo”, afirmou Kelly, em declarações reproduzidas pelo AP.
Reação das redes sociais e polarização política
Nas redes sociais, o descontentamento cresceu, com internautas apontando a relação entre os cortes na NOAA e o aumento da vulnerabilidade a desastres climáticos. Usuários lembraram da carta aberta de cinco ex-diretores do Serviço Meteorológico, publicada em maio, alertando que a subestimação e o subfinanciamento poderiam causar mortes evitáveis.
Entre os políticos, a reação variou. Vice-presidente JD Vance e o presidente da Câmara, Mike Johnson, postaram orações e expressaram solidariedade, o que foi alvo de críticas por parecerem insuficientes frente à tragédia. Já figuras como Marjorie Taylor Greene fizeram declarações polêmicas, incluindo uma proposta de projeto de lei contra a “alteração do clima” e teorias conspiratórias sobre modificação do tempo, recebendo críticas por demonstrar falta de compreensão técnica.
Polêmicas e controvérsias
Conservadores também vêm sendo criticados por acreditarem em “máquinas mágicas de controle climático”, enquanto minimizam ou negam a gravidade das mudanças climáticas. A discussão acentuou ainda mais a polarização política gerada por debates ambientais nos Estados Unidos.
Impactos futuros e debates em curso
Especialistas e ativistas reforçam que o corte no financiamento à NOAA compromete fortemente a capacidade de previsão e de resposta rápida a eventos climáticos extremos. Desde a redução de pessoal, há uma preocupação de que desastres futuros possam ocasionar ainda mais mortes.
O caso do Texas reacende o debate sobre a importância de políticas públicas consistentes e investimentos na preparação para eventos climáticos severos, sobretudo em regiões vulneráveis. O governo federal e as autoridades locais enfrentam pressão para melhorar os sistemas de aviso e garantir maior segurança às comunidades.
