Em uma declaração forte durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados de “trabalharem contra o interesse brasileiro”, mencionando a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Essa tarifa, que pode impactar negativamente a economia do país, gerou uma onda de reações entre os líderes políticos brasileiros.
A crítica de Lula e as repercussões políticas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou sobre o assunto, afirmando que Bolsonaro “deveria assumir a responsabilidade” pelas tarifas impostas por Trump. Lula insinuou que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) esteve diretamente envolvido na persuadiação do presidente norte-americano a tomar essa decisão, o que, segundo ele, seria uma retaliação às investigações judiciais que envolvem seu pai.
“O ex-presidente deveria assumir a responsabilidade, porque ele está concordando com a taxação do Brasil. Aliás, foi o filho dele que foi lá fazer a cabeça do Trump”, afirmou Lula, ressaltando que a abordagem de Eduardo em relação ao presidente dos EUA foi uma tentativa de influenciar um julgamento que não deve ser político, mas sim baseado em provas e justiça.
Acusações de Alckmin sobre o legado de Bolsonaro
Durante sua fala, Alckmin não poupou críticas ao legado do ex-presidente, mencionando que a administração de Bolsonaro foi marcada por uma série de decisões prejudiciais ao país. “Nós já constatávamos que o clã Bolsonaro trabalhou contra o interesse do país e do povo brasileiro. Na saúde, foram mais de 700 mil mortos na Covid. Três vezes a média mundial”, disse Alckmin, referindo-se ao negacionismo e à campanha anti-vacina que caracterizaram a gestão de Bolsonaro durante a pandemia.
O vice-presidente continuou a defender suas afirmações ao destacar problemas nas áreas da saúde e do meio ambiente decorrentes da administração anterior: “Do ponto de vista da infraestrutura, houve uma negação total num país continental como é o Brasil. Do ponto de vista do meio ambiente, o maior desmatamento, o que ia comprometer também o agro, porque ia dificultar as exportações brasileiras”.
Reação social e política às tarifas de Trump
As tarifas de Donald Trump, reveladas em um cenário repleto de tensões políticas, despertaram reações não apenas do governo brasileiro, mas também de diversos setores da sociedade. A medida é vista como uma retaliação ao crescente protagonismo do Brasil em negociações internacionais e sua relação com outros países. O PSOL, por exemplo, se manifestou contra os impactos das tarifas, sugerindo que a ação é uma “conspiração contra o Brasil” e pedindo até mesmo a prisão de Eduardo Bolsonaro por sua participação no evento que precipitou a decisão de Trump.
O futuro das relações Brasil-EUA
Lula finalizou a coletiva declarando que este episódio deve ser visto como uma tentativa de uso político na relação bilateral entre os países. “É inadmissível que interesses externos se sobreponham à soberania brasileira”, ressaltou. O presidente garantiu que o Brasil sabe como responder a essas agressões de maneira firme e equilibrada, e que as tratativas diplomáticas já estão em curso através do Itamaraty.
A pressão econômica e política sobre o governo atual está aumentando com cada nova resposta a essa questão complexa. À medida que o Brasil trabalha para se afirmar no cenário internacional, as ações e reações dos seus líderes enfrentam um escrutínio intenso, colocando em cheque as estratégias desenvolvidas para garantir a soberania e prosperidade do país.
