O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira que pode impor uma nova carta tarifária ao Brasil e a outros seis países, com previsão de entrada em vigor em breve. As declarações foram feitas durante evento na Casa Branca, indicando uma escalada na política comercial dos EUA.
Tarifas adicionais e postura inflexível
Trump declarou que “mais tarifas comerciais serão impostas a outros países, incluindo uma carta tarifária para o Brasil na final da tarde ou amanhã de manhã”. O mandatário reforçou sua postura de firmeza, afirmando que não irá adiar os prazos para o início das novas tarifas, que podem atingir 50% sobre importações de cobre, além de outras taxas sobre produtos de diferentes nações.
Segundo o presidente americano, “o Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós”, destacando a insatisfação com o comércio bilateral. Ele justificou as ações tarifárias com base em “bom senso, déficits comerciais e números brutos”, além de mencionar que as decisões são fundamentadas em “fatos substanciais e história passada”.
Contexto político e diplomático
O anúncio ocorre numa semana de forte embate entre os Estados Unidos e o Brasil. A embaixada americana no país endossou a declaração de Trump, criticando o governo brasileiro e a atuação do Judiciário em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em nota, a representação diplomática classificou a “perseguição política” contra Bolsonaro como “vergonhosa” e desrespeitosa às tradições democráticas brasileiras.
O Itamaraty reagiu convocando o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, após a controvérsia. Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu não se pronunciar sobre o episódio. Nesse cenário, o presidente Lula criticou as ações unilaterais de países desenvolvidos, alegando que padrões devem ser definidos no âmbito multilateral, sem imposições por blocos ou governos isolados.
Tarifas contra países e ameaça de protecionismo
Além do Brasil, Trump anunciou uma nova rodada de tarifas contra seis países, com entrada prevista para agosto. Entre eles estão Japão, Coreia do Sul e África do Sul, que receberam ultimatos para negociações. O presidente americano também ameaçou aplicar uma tarifa de 10% a países alinhados ao bloco BRICS, como Argélia, Líbia, Iraque, Sri Lanka, além de impostos de 25% e 20% sobre produtos de outros mercados.
Trump também declarou que aplicaria uma taxa de 30% sobre importações de países como Argélia, Líbia, Iraque, Sri Lanka, Brunei, Moldova e Filipinas, caso não cheguem a acordos comerciais com os EUA. A postura protecionista reforça a tendência de aumento das tensões comerciais globais, avaliam analistas.
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