A quarta temporada de “The Bear” estreou na Hulu apresentando um episódio que, por si só, se destacou por seu forte conteúdo black coded. Intitulado “Worms”, esse episódio foi centrado em Sydney e trouxe uma abordagem única, cheia de referências culturais e experiências relacionadas à vivência negra.
Elementos black coded em “Worms”
Desde a abertura com uma referência a Whoopi Goldberg, passando pela escolha de Sydney de tirar as braids, até detalhes como o gorro de lã, o episódio mergulha em elementos de identidade negra. O corte de cabelo de Sydney simboliza um momento de transformação e luta interna, reforçando a representatividade.
O episódio também apresenta microagressões sutis, como comentários de Chef Adam sugerindo influências afro-caribenhas na culinária, mesmo sem conhecimento real de Sydney sobre o assunto. Essa insistência revela uma tentativa de exotizar ou categorizar a chef com base na sua negritude, uma experiência comum na vida de muitas pessoas negras no ambiente de trabalho ou social.
Outro ponto forte de “Worms” é a crítica às atitudes que tentam ser inclusivas, mas acabam reforçando estereótipos ou exclusões, como a decisão de Chef Adam de não contratar uma mulher negra, querendo formar uma equipe composta por homens que se parecem com ele. Essa cena evidencia a dificuldade de ações genuínas de diversidade, que muitas vezes parecem superficiais ou mal planejadas.
Dinâmicas culturais e sociais
Durante o episódio, há momentos que retratam a relação de Syd com Chantel, sua mãe, ilustrando o universo do black culture na comunicação e nas trocas cotidianas, incluindo o código-sócio, o desligamento no meio de uma atividade para buscar suprimentos ou o “fit check”.
Além disso, o episódio retrata a sensação de estar deslocado, como ao assistir a uma escola melhor e se sentir excluído, a experiência real de quem vive em comunidades e enfrenta obstáculos estruturais.
Perspectiva e impacto
“Worms” de “The Bear” ressalta as microagressões que pessoas negras enfrentam, ao mesmo tempo em que celebra elementos culturais que fazem parte de sua identidade. A mistura de referências visuais, diálogos e experiências reforça a narrativa de um universo black coded, mostrando as lutas, a força e a autenticidade dessas vivências.
O episódio aprofunda-se na discussão sobre representação na mídia e na culinária, destacando a importância de reconhecer e valorizar a cultura negra sem estereótipos ou superficialidades. Para assistir a essa temporada, acesse a Hulu aqui.
“The Bear” continua a série a explorar temas sociais e culturais relevantes, elevando a representatividade de forma autêntica e crítica.
