Brasil, 10 de julho de 2025
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Tarifa de 50% sobre produtos brasileiros nos EUA preocupa setor produtivo

Associações e especialistas alertam para impactos negativos na economia brasileira após anúncio de Donald Trump

O presidente americano Donald Trump anunciou nesta quarta-feira a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. A medida gerou reações de associações, entidades setoriais e especialistas econômicos, que apontam riscos de queda no PIB, perda de empregos e desaceleração do comércio bilateral.

Implicações econômicas e reações do setor

Segundo o economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs, a tarifa de 50% pode reduzir o PIB brasileiro em até 0,4 ponto percentual e elevar as tarifas de importação em 35,5 pontos percentuais, caso não haja retaliações. “Não está claro se, como e quando o Brasil retaliaria. A inclinação política pode ser nesse sentido, mas prevemos que os exportadores locais irão pressionar o governo para reduzir a tensão”, afirma Ramos.

Reação das entidades brasileiras

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que não há justificativa econômica para a tarifa de 50% e pede que o governo brasileiro intensifique negociações com Washington para preservar a relação comercial histórica. “Os impactos dessas tarifas podem ser graves para a nossa indústria, que é muito interligada ao sistema produtivo americano. Uma quebra nessa relação traria prejuízos à economia brasileira”, ressaltou Ricardo Alban, presidente da entidade.

Preocupação internacional e possíveis impactos

A Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) manifestou “profunda preocupação” com o anúncio, alertando para impactos severos sobre empregos, produção e cadeias produtivas entre os dois países. A entidade destacou a necessidade de um diálogo “construtivo” para evitar um conflito comercial que prejudique os vínculos econômicos bilaterais.

Dados oficiais norte-americanos indicam que o comércio bilateral é superavitário para os EUA, com saldo de US$ 29,2 bilhões em 2024, refletindo a forte integração das economias. A relação, marcada por respeito e confiança mútua, poderia estar ameaçada por medidas protecionistas, avaliam analistas.

Impactos para setores específicos e no cenário internacional

Empresários do setor de plástico, representados pela Abiplast, alertam que a tarifa de 50% torna inviável a operação de muitas empresas brasileiras, afetando faturamento e empregos. José Ricardo Roriz, presidente do conselho da entidade, destaca que os efeitos não se restringem a produtos finais, mas atingem toda a cadeia produtiva, como alimentos, automotivos e fertilizantes. “Estamos passando de um dos países com menor tarifa de importação para um cenário de isolamento comercial”, afirma Roriz.

Setores como calçados também vivem alerta similar. Haroldo Ferreira, da Abicalçados, lembra que o Brasil vinha recuperando participação no mercado dos EUA, com crescimento de 24,5% nas exportações no primeiro semestre, impulsionado justamente pelo crescimento americano de 40%. “O anúncio das novas tarifas é um balde de água fria para o setor calçadista”, lamenta Ferreira.

Perspectivas e recomendações para o futuro

Instituições como a Firjan defendem a intensificação da diplomacia para buscar uma solução negociada, priorizando a abertura de mercados, o fortalecimento das cadeias industriais e a segurança jurídica. “O Brasil não pode se colocar em disputas geopolíticas que não nos dizem respeito. Precisamos orientar nossa atuação internacional com neutralidade e pragmatismo”, aponta a entidade.

Resta agora aguardar a evolução das negociações entre Brasil e Estados Unidos, enquanto setores econômicos aguardam por uma solução que minimize os impactos negativos do aumento de tarifas e preserve a relação bilateral de mais de duas décadas.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa.


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