Brasil, 9 de julho de 2025
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Suspeitas de corrupção na política cearense: emendas e laranjas

Ex-prefeita denuncia esquema de 15% em emendas parlamentares ligadas ao deputado Júnior Mano.

A política cearense enfrenta novas denúncias de corrupção. O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) se tornou o centro de uma investigação da Polícia Federal (PF) após acusações de um esquema envolvendo emendas parlamentares e a cobrança de taxas indevidas. A ex-prefeita de Canindé, Rozário Ximenes, relatou à PF que um de seus aliados estava cobrando 15% sobre os valores das emendas direcionadas a municípios.

A denúncia da ex-prefeita Rozário Ximenes

Em entrevista ao GLOBO, Rozário confirmou que as emendas eram oferecidas por Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto do Choró. Embora ele tenha sido eleito prefeito de Choró no ano anterior, o político ainda não assumiu o cargo. A ex-prefeita revelou que havia um entendimento claro de que era necessário retornar uma percentagem das emendas para este grupo.

“As emendas do Júnior Mano que o Bebeto oferecia pediam retorno de 15%. Recebi uma emenda da saúde e a confusão começou aí, porque eu disse que não tinha condição de dar retorno”, explicou Rozário, demonstrando estar ciente da ilegalidade do que estava sendo proposto.

Esquema de laranjas em licitações

Além das emendas, a ex-prefeita denunciou um esquema de fraudes em licitações. Segundo ela, um grande grupo de “laranjas” havia sido formado, dificultando sua capacidade de agir. “Eles colocavam o menor preço nos pregões e eu era obrigada a contratar por lei. Mas eram todas laranjas do Bebeto e do Júnior Mano”, afirmou Ximenes. Esta situação se complicou ainda mais quando ela se recusou a aceitar essas práticas em Canindé.

Ao descrever a persistência dos problemas, ela apontou que os empresários envolvidos acabaram se unindo à campanha do atual prefeito, Jardel. “Eu disse que não aceitava mais fazer isso em Canindé”, concluiu Rozário, ressaltando a pressão que enfrentou em sua gestão.

Impacto das denúncias no cenário político

A representação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) possibilitou a operação da PF que visou desvendar as alegações de Rozário. O depoimento da ex-prefeita é considerado um reforço significativo à hipótese de atividades criminosas. O documento destaca que o ‘grupo do Júnior Mano e Bebeto’ teria feito uma proposta explícita de repasse de emendas condicionadas à devolução de 15% dos valores.

No entanto, Júnior Mano se manifestou por meio de uma nota onde negou as irregularidades apontadas. Ele declarou que ao final das investigações, sua “correção de conduta” será “reconhecida”. O parlamentar ainda ressaltou que não tem qualquer controle ou influência sobre atos administrativos em prefeituras do Ceará.

As reações e próximos passos

As revelações têm gerado comoção não apenas entre os políticos, mas também na sociedade cearense, que já enfrenta a desconfiança em relação à classe política. As investigações da PF prometem trazer à tona mais informações sobre as práticas denunciadas e quem está envolvido nesse esquema.

Os próximos passos do caso ainda dependem das revelações que surgirão nas investigações. A crise de confiança em relação à política brasileira continua, e esse episódio pode ser mais um capítulo em um longo histórico de corrupção que assola o país, exigindo uma resposta clara e firme das instituições responsáveis.

O que se espera agora é uma resposta efetiva das autoridades e uma reavaliação das práticas que têm se tornado comuns na política, reforçando a necessidade de transparência e ética na administração pública.

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