Na manhã desta quarta-feira (9), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) promoveu um expressivo protesto no Shopping Leblon, um dos centros comerciais mais sofisticados do Rio de Janeiro. A manifestação destacou a campanha “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”, que visa abertamente a taxação dos super-ricos como uma medida para reduzir a desigualdade social no Brasil.
Tema central do protesto: a desigualdade social
Os manifestantes tomaram os corredores do shopping com cartazes e vocalizaram palavras de ordem, ecoando a mensagem de que é chegado o momento de cobrar dos que mais possuem. A ação busca chamar a atenção da sociedade para a necessidade de uma reforma tributária que impacte aqueles que acumulam fortuna enquanto muitos ainda lutam para sobreviver no dia a dia. “Dizem que o pobre deve pagar a conta, mas nós não vamos pagar essa conta”, declarou o perfil oficial do MTST em uma postagem nas redes sociais acompanhada de fotos da manifestação.
O protesto faz parte de uma ampla mobilização promovida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que, junto ao MTST, sustentam que quem lucra mais no Brasil deve contribuir mais para a sociedade. A ideia é evidente: inquietar a população e os políticos sobre a responsabilidade tributária e a necessidade de uma distribuição mais justa da riqueza.
Continuação da luta: um ato nacional em defesa da taxação
Esta não é a primeira vez que os integrantes do MTST se mobilizam em resposta à política fiscal brasileira. O movimento já havia realizado um ato semelhante em São Paulo, onde invadiram a sede do Itaú BBA em protesto, pedindo a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. “É hora de cobrar dos bilionários, dos bancos e das casas de apostas”, enfatizou um dos líderes do movimento. “Quem lucra mais, precisa pagar mais”, repetiu entre os gritos de ordem durante a manifestação.
Os organizadores do ato já anunciaram que a luta irá continuar, com uma nova manifestação marcada para o dia seguinte. O “Ato Nacional pela Taxação dos Super-Ricos” ocorrerá em frente à Bolsa de Valores, na Praça XV, onde esperam reunir mais apoiadores e chamar ainda mais atenção para a causa.
Reações e contexto da manifestação
Procurado pela reportagem do GLOBO, o Shopping Leblon confirmou que o protesto foi pacífico e não afetou as operações do local. O local, conhecido por sua clientela de alto poder aquisitivo, se tornou um palco de discordância social em um momento incerto para o Brasil, onde a desigualdade continua a ser uma questão central no debate político.
As críticas ao Congresso Nacional, também intensificadas nas redes sociais, foram uma parte importante do discurso dos manifestantes. Eles têm usado a hashtag #CongressoDaMamata para classificá-lo como “inimigo do povo”. Paralelamente, o governo federal tem aumentado sua retórica sobre a divisão entre ricos e pobres, algo que provavelmente virá à tona em eventos futuros.
Os participantes do MTST se mantiveram no shopping por cerca de duas horas e meia, manifestando-se com bandeiras e gritos. Ao final do protesto, deixaram o local pacificamente, enquanto a cidade do Rio ainda digeria a mensagem contundente de que as desigualdades precisam de voz e ação.
As mobilizações como essa ilustram um Brasil em um estado de tensão econômica e social, onde as vozes dos que clamam por justiça e igualdade continuarão a se levantar, especialmente em tempos de crise.