Brasil, 10 de julho de 2025
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Ministério Público pede suspensão de atividades de mineração no Quilombo Cafundó

MPF busca proteção ao território quilombola de Salto de Pirapora, alertando sobre exploração mineral e conflitos fundiários na região.

O Ministério Público Federal (MPF) fez um apelo à Justiça para que sejam imediatamente suspensas todas as operações de mineração no Quilombo Cafundó, em Salto de Pirapora, São Paulo. Além disso, solicitou que a União realize uma perícia detalhada para investigar possíveis atividades de exploração mineral na área, que é ocupada por uma comunidade quilombola há gerações.

Histórico da Comunidade Quilombola

A comunidade de Cafundó luta há mais de 20 anos pela titulação definitiva de suas terras. Embora o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tenha reconhecido oficialmente duas partes do território como domínio coletivo, cerca de 60% da área ainda não tem definição clara sobre sua propriedade. O processo de titulação enfrenta entraves, aguardando decisões judiciais para a transferência dos imóveis. O MPF destaca que o Incra não tem atuado efetivamente para resolver os conflitos fundiários, criando um clima de insegurança para os moradores.

Medidas Contra a Mineração

Na ação judicial, o MPF requer a suspensão imediata das atividades minerárias na região do Quilombo Cafundó, ressaltando a urgência em proteger o meio ambiente e as condições de vida da comunidade local. A Agência Nacional de Mineração (ANM) e mineradores estão, segundo o MPF, promovendo iniciativas de exploração que ameaçam a integridade territorial e a qualidade de vida dos moradores. Há indícios de sondagens realizadas por uma empresa de mineração para começar as atividades de extração, o que levou o MPF a pedir à Justiça uma perícia para avaliar os danos potenciais.

Impactos Ambientais e Indenizações

Um dos objetivos do MPF é avaliar os danos ambientais resultantes das atividades de mineração, com a intenção de elaborar um relatório que recomende as medidas necessárias para restaurar o ambiente afetado. Em caráter de urgência, o MPF exige que o Incra preste esclarecimentos a cada dois meses acerca das ações em busca de resolver os conflitos fundiários na área.

Além disso, o MPF pede que os responsáveis pela exploração minerária e a União sejam obrigados a indenizar a comunidade quilombola. Entre as solicitações está um pagamento de R$ 2 milhões como compensação por danos morais coletivos, valor que deve ser distribuído entre o Incra, a ANM e a União.

Expectativas do MPF e Próximos Passos

O MPF espera que, ao final do processo judicial, a Justiça obrigue os responsáveis pela mineração e pelas políticas fundiárias a tomarem as medidas adequadas. Isso inclui a recuperação do território afetado, adequação das atividades minerárias de acordo com a legislação ambiental e compensação pelos estragos já causados. A ação do MPF não apenas busca proteger a comunidade quilombola, mas também ressaltar a importância da preservação ambiental e a necessidade de garantir direitos fundiários da população tradicional.

Os desdobramentos dessa situação devem ser acompanhados de perto por órgãos de proteção ao meio ambiente e por movimentos sociais que lutam pelos direitos das comunidades tradicionais no Brasil. A resolução do conflito é essencial para a manutenção da cultura e do modo de vida dos quilombolas, que têm um profundo laço com a terra que habitam e cultivam.

Esta história é um lembrete da luta contínua por justiça e reconhecimento das populações indígenas e quilombolas que enfrentam ameaças às suas terras e modos de vida, reiterando a necessidade de um compromisso firme por parte das autoridades para a proteção desses territórios.

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