Brasil, 9 de julho de 2025
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Lula busca aprofundar laços comerciais com a Índia durante visita de Modi a Brasília

Presidente usa encontro com primeiro-ministro indiano para fortalecer parcerias econômicas e ampliar presença no mercado asiático

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira (8) o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em Brasília, em uma visita oficial que visa aprofundar os laços comerciais entre Brasil e Índia. Apesar de ambos integrarem o grupo BRICS e compartilharem interesses em áreas como redução da pobreza e biocombustíveis, as relações comerciais ainda possuem grande potencial a ser explorado.

Desafios e oportunidades na relação Brasil-Índia

Embora a Índia seja uma gigante populacional e agrícola, atualmente ocupa uma posição secundária na lista de parceiros comerciais do Brasil, cuja troca total de bens é de cerca de US$ 12 bilhões — uma cifra considerada baixa diante de outras relações, especialmente com China, Estados Unidos e países europeus. Lula afirmou que a relação é “tão pequena” e brincou: “Então, por favor, providencie uma caixa de queijo. Quero colocar na mesa para Modi jamais reclamar da comida brasileira e, quem sabe, começar a comprar o queijo do Brasil.”

O Brasil busca ampliar as exportações além do açúcar e petróleo, setores dominantes atualmente, além de explorar mercados como defesa e aviação, onde a Embraer estabeleceu uma subsidiária em Nova Déli no começo do ano. “Queremos diversificar nossos produtos no mercado indiano”, destacou Lula, ao reforçar o desejo de fortalecer parcerias comerciais.

Integração econômica no contexto do BRICS

A relação entre os dois países, ambos membros do BRICS, cresceu 24% nos primeiros cinco meses de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do governo brasileiro. Apesar do crescimento, a Índia ainda é pouco explorada como mercado de consumo e produção para o Brasil, que mira em áreas como a expansão do comércio de gergelim, que aumentou desde a abertura do mercado indiano em 2020, e no fortalecimento de acordos comerciais preferenciais com o Mercosul.

Nos setores de energia e biocombustíveis, o Brasil enxerga uma oportunidade no mercado de etanol, especialmente após a Índia elevar o teor do produto na gasolina. No entanto, o país enfrenta resistência da Índia à importação de etanol, sob a justificativa de proteger sua indústria local. Índia também busca evitar tarifas impostas pelos EUA ao seu próprio setor de etanol, o que pode dificultar negociações bilaterais.

Agenda bilateral e perspectivas futuras

Após o encontro em Brasília, Lula assumirá a presidência rotativa do BRICS, passando o comando para Modi. Os líderes do bloco reafirmaram a intenção de conquistar a condição de membros permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas, prioridade para ambos em 2026. A visita reforça também o desejo de ampliar a presença brasileira na Ásia, buscando fortalecer as exportações de produtos como carne, etanol e produtos industriais.

Segundo analistas, a visita é um passo importante para destravar uma relação que, apesar de potencializada pelo contexto geopolítico e econômico global, ainda enfrenta obstáculos históricos e de concorrência. “A relação ainda precisa evoluir para se tornar realmente estratégica”, avalia Gustavo Ribeiro, chefe de inteligência de mercado da ApexBrasil.

Para Lula, o momento é de reforçar os vínculos econômicos e diplomáticos, não apenas para aumentar o comércio bilateral, mas também para apresentar um Brasil mais ativo no cenário internacional. A expectativa é que, durante a visita, sejam firmados novos acordos que possam ampliar a participação do Brasil na cadeia global de valor, especialmente na área de energia e alimentos.

Maiores detalhes sobre as negociações podem ser acompanhados em este link.

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