Na última quinta-feira, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um amplo pacote fiscal que reduz impostos, limita programas sociais como o Medicaid e aumenta o fortalecimento das ações de imigração sob o comando de Donald Trump, enviando a legislação para assinatura presidencial. A medida gerou reações veementes de opositores, que denunciam riscos sociais e econômicos significativos.
Impactos imediatos na saúde e na economia dos EUA
O projeto de lei, aprovado por uma margem estreita de 218 a 214 votos, prevê cortes de mais de US$ 4,5 trilhões em impostos, dos quais uma parte é compensada por reduções em programas de assistência alimentar e saúde, como o Medicaid. Críticos alertam que essas medidas podem levar à perda de acesso à saúde para milhões de americanos e ao fechamento de hospitais, especialmente em áreas rurais.
Medicaid sob ataque
Um dos pontos mais controversos é a implementação de “requisitos de trabalho” para adultos não incapacitados, uma tentativa de limitar o acesso ao Medicaid ao exigir que as pessoas comprove que trabalham, fazem voluntariado ou participam de treinamentos por pelo menos 20 horas semanais. O Escritório de Orçamentos do Congresso (CBO) afirma que essa medida provavelmente não resultará na geração de empregos com cobertura de saúde.
Reconcentração do poder de imigração e segurança
Um aspecto que alarmou opositores é o aumento imediato de US$ 150 bilhões para a agência de imigração ICE, visando ampliar operações de deportação e construir novas unidades de detenção. Os recursos incluem US$ 45 bilhões para novos centros de detenção e US$ 29 bilhões para contratar mais agentes, presença que leva a temores de militarização do controle migratório.
Reações e críticas à legislação
Representantes democratas como Alexandria Ocasio-Cortez (NY) classificaram as propostas de “ameaça à sociedade americana”, enquanto líderes republicanos defendem o pacote como essencial para o crescimento econômico. Contudo, vários membros do partido, inclusive alguns moderados, manifestaram reservas sobre as mudanças na assistência social, mas foram convencidos a votar a favor após pressões internas.
Consequências de longo prazo e debate político
Especialistas alertam que a aprovação dessa lei acarreta um aumento de aproximadamente US$ 3,4 trilhões na dívida pública americana, agravando o déficit e colocando em risco as finanças do país. O alinhamento de discursos oficiais promete que as medidas estimularão o crescimento econômico, apesar de estudos indicarem que cortes de impostos severos tendem a favorecer os mais ricos enquanto prejudicam os segmentos mais vulneráveis.
O líder democrata Hakeem Jeffries criticou a legislação, dizendo que ela representa um ataque ao sistema de saúde e ao bem-estar social. Por sua vez, o republicano Mike Johnson celebrou a aprovação como um avanço na agenda “America First”, embora adversários a considerem um passo perigoso para o futuro do país.
Próximos passos e repercussões futuras
Com a aprovação na Câmara, o projeto segue para o gabinete de Trump, que deve sancionar a lei nas próximas semanas. Analistas preveem que a implementação pode gerar protestos em massa e uma intensificação das disputas políticas, além de agravar os problemas de desigualdade social nos Estados Unidos.