O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (9) que o governo tem realizado estudos para a eventual retomada do horário de verão em 2024. Apesar de desejar que a medida não seja necessária, Silveira explicou que a possibilidade não está descartada, especialmente devido à menor volume de chuvas no país e à importância de aliviar a demanda energética.
Recomendações do ONS e situação hídrica
Desde 2019, o horário de verão foi suspenso pelo governo de Jair Bolsonaro, após uma avaliação de que a medida perdia eficiência. No entanto, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou, em maio, a retomada da prática para mitigar déficits de energia durante o período de seca.
A recomendação do ONS visa otimizar o aproveitamento de fontes renováveis, como solar e eólica, além de aliviar a carga sobre as hidrelétricas, que enfrentam baixos níveis de reservatórios devido à estiagem. Segundo o órgão, a adoção do horário de verão ajuda a reduzir a demanda durante os picos de consumo, especialmente ao deslocar o horário de maior utilização elétrica para o período de maior geração solar.
Implicações da medida e opinião do governo
Ao falar sobre o tema, Silveira destacou que o governo está atento à situação hídrica e aos relatórios que indicam melhora na capacidade hídrica das regiões Sul e Sudeste. “Queremos evitar a necessidade de voltar ao horário de verão, mas estamos prontos para agir caso seja preciso”, declarou.
A decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá avaliar os estudos e recomendações do setor elétrico. A medida é vista com opiniões divididas na sociedade, não havendo uma posição definitiva até o momento.
Impacto na economia de energia e no meio ambiente
Retomar o horário de verão pode contribuir para a redução no acionamento de usinas termoelétricas, que são mais caras e poluentes, além de diminuir o risco de apagões no período de seca. A medida também auxilia no aumento do aproveitamento da energia solar, cuja geração diminui ao final do dia.
Segundo especialistas, a prática pode ajudar a mitigar o impacto da estiagem na matriz energética, especialmente em um momento em que as mudanças climáticas dificultam a previsibilidade do abastecimento hídrico.
Próximos passos
O Ministério de Minas e Energia destacou que continuará monitorando as condições hidrológicas e econômicas do setor, podendo emitir uma decisão definitiva ainda no final de agosto ou início de setembro. A implementação do horário de verão, se aprovada, será divulgada oficialmente pelo governo.