Com previsão de aumento de 14,1% na demanda por energia elétrica até 2029, o Brasil enfrenta novos desafios operacionais, reacendendo a discussão sobre a retomada do horário de verão. A projeção faz parte do Plano da Operação Energética (PEN 2025), divulgado nesta terça-feira pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que analisa as condições de fornecimento do Sistema Interligado Nacional (SIN) para os próximos cinco anos.
Previsões de crescimento e o papel das fontes renováveis
De acordo com o relatório, a carga de energia no país deve saltar dos níveis atuais para 94,6 gigawatts médios (GWmed) em 2029, representando um crescimento médio anual de 3,4%. Esse aumento é impulsionado, especialmente, pela expansão da micro e minigeração distribuída (MMGD), com destaque para a energia solar, que deverá representar quase um terço (32,9%) da matriz elétrica nacional ao final do período.
Intermitência e necessidade de maior flexibilidade
Apesar do avanço das fontes renováveis, o ONS destaca que a intermitência da solar e eólica exige maior capacidade de resposta imediata de outras fontes, como as hidrelétricas e as termelétricas. A entidade recomenda aprimorar a “flexibilidade operativa” do sistema e investir em ferramentas computacionais capazes de simular cenários de estresse na oferta de energia.
Desafios na operação do sistema
Marcio Rea, diretor-geral do ONS, afirmou que a crescente participação de fontes intermitentes traz desafios à operação. “Precisamos de flexibilidade no sistema, com fontes de energia controláveis, que nos atendam de forma rápida para garantir o equilíbrio entre oferta e demanda, especialmente nos horários de rampa de carga”, comentou.
O relatório também alerta para o que chama de “desequilíbrio estrutural” no atendimento de potência, o que pode exigir maior acionamento de usinas térmicas, principalmente no segundo semestre de cada ano. Além disso, a preocupação se estende à capacidade de entregar energia em momentos de pico, com previsão de demanda crescente em horários críticos, especialmente na tarde.
Recomendações de ações emergenciais
Para mitigar esses riscos, o documento recomenda que o governo federal organize com urgência leilões anuais de contratação de potência, visando ampliar a segurança do sistema. Embora o relatório não mencione explicitamente a volta do horário de verão, a medida poderia ser reavaliada devido à pressão crescente sobre a rede elétrica, especialmente nos fins de tarde, quando a geração solar despenca e o consumo residencial aumenta.
Segundo o analista, essa discussão volta ao centro do debate para facilitar o gerenciamento da demanda e evitar sobrecargas na rede elétrica brasileira. A decisão de retomar o horário de verão dependerá de fatores como o crescimento do consumo e estratégias de gestão energética emergentes.
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