No último dia 9 de julho, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), se reuniram para celebrar os 93 anos da Revolução Constitucionalista de 1932. Este evento memorial rememora a luta dos paulistas contra o regime autoritário de Getúlio Vargas, que chegou ao poder por meio de um golpe de estado. O tradicional ato reuniu autoridades civis e militares e entusiastas da história brasileira no Parque Ibirapuera, um dos locais mais emblemáticos da cidade.
Desfile e homenagens à história paulista
O desfile cívico-militar que ocorreu durante as comemorações destacou a presença de parentes de combatentes que participaram da luta armada pela constitucionalidade. Entre os itens expostos estavam veículos históricos, como carros de patrulha e jipes, além de uma demonstração atualizada dos equipamentos das forças de segurança pública estaduais e municipais. As imagens favorecem a imagem dos gestores presentes no evento e de seus secretários, Guilherme Derrite (PP) e Orlando Morando, que também marcaram presença na solenidade.
Os membros das Forças Armadas — Exército, Marinha e Aeronáutica — compareceram ao evento em um gesto simbólico, desarmados, sinalizando um respeito às tradições democráticas. Enquanto isso, os batalhões da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal trouxeram ao desfile uma ampla gama de materiais operacionais, incluindo fuzis, cassetetes, escudos e viaturas, além de motos e até lanchas. A interação com o público contou ainda com a participação de escoteiros e projetos sociais voltados para a educação cívico-militar.
Momentos emocionantes no Parque do Ibirapuera
A cerimônia de homenagem teve como cenário o Obelisco do Parque do Ibirapuera, onde descansam os heróis conhecidos pelas iniciais “MMDC” — Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo — que perderam a vida durante os conflitos de 1932. O ato também incluiu a deposição das cinzas de mais seis combatentes no mausoléu, marcado por uma marcha fúnebre, salva de tiros e rituais emocionantes dentro do monumento.
A interação com o público e os desafios políticos
Durante o evento, Tarcísio de Freitas manteve uma interação calorosa com os convidados. Ele acenou para o público e distribuiu medalhas, simbolizando não apenas a lembrança dos que lutaram pela democracia, mas também uma tentativa de projetar uma imagem positiva de seu governo. No entanto, apesar do clima festivo, o governador se reservou de comentar assuntos políticos ao final da cerimônia, evitando perguntas de jornalistas e sendo protegido por sua equipe.
O ato acontece em meio a um contexto político tenso para Tarcísio, que enfrenta pressões para oferecer um indulto a Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por alegações de golpismo. Além disso, a semana foi marcada por um incidente trágico na Zona Sul de São Paulo, envolvendo a morte acidental de um jovem de 26 anos por um policial militar, trazendo à tona questões sobre a segurança pública na metrópole.
Assim, enquanto o evento rememorava um momento crucial da história paulista, ele também espelhava a complexidade da política contemporânea e os constantes desafios enfrentados pelos gestores no estado.
As comemorações de 9 de julho, que reúnem a memória da luta por direitos constitucionais, servem como um alerta sobre a importância da democracia e a vigilância constante sobre as instituições que a sustentam, ressaltando que a história e o passado devem guiar as ações e decisões do presente.