Brasil, 9 de julho de 2025
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Brasil enfrentará desafios no fornecimento de energia nos horários de pico até 2029

Plano da Operação Energética aponta risco de insuficiência de potência no sistema elétrico brasileiro, com necessidade de usinas térmicas e novos leilões

O sistema elétrico brasileiro deve apresentar dificuldades para atender à demanda de energia nos horários de pico, especialmente no fim do dia, nos próximos cinco anos, caso não sejam realizadas novas contratações de potência. A conclusão é do Plano da Operação Energética (PEN 2025), divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta terça-feira (8).

Desafios na garantia de potência e medidas emergenciais

Segundo o estudo do ONS, haverá a necessidade de despacho de usinas térmicas flexíveis para compensar a crescente demanda, além da possibilidade de retorno do horário de verão, suspenso no governo anterior. A adoção do horário de verão dependerá das projeções de atendimento nos próximos meses.

O documento revela que, apesar do aumento na geração de energia, a expansão se concentra principalmente em fontes intermitentes, como a eólica, solar e a micro e minigeração distribuída solar, que possuem baixa produção durante a noite, período de maior necessidade de potência.

Previsões para o futuro da matriz elétrica brasileira

Até 2029, o país deve acrescentar cerca de 36 gigawatts (GW) de capacidade instalada, atingindo um total de 268 GW. A participação da micro e minigeração distribuída (MMGD), em conjunto com a energia solar, deverá chegar a 32,9%, tornando-se a segunda maior fonte da matriz elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Com esse perfil, a operação do sistema requer maior flexibilidade, especialmente das hidrelétricas, que são mais controláveis, além do despacho das usinas térmicas, para lidar com as rápidas variações de demanda e produção intermitente.

Necessidade de despacho térmico e restrições

O ONS avalia que, diante do cenário atual, será necessário aumentar o despacho de usinas térmicas no segundo semestre, principalmente a partir de outubro de 2025, para garantir o atendimento à demanda de potência. Grande parte dos cenários aponta para uma utilização intensificada da reserva de potência ao longo do período.

No entanto, o órgão não recomenda a inclusão de geração térmica com alto nível de inflexibilidade ou com longos tempos de acionamento nos próximos cinco anos, dada a demanda crescente por flexibilidade operacional do sistema.

Reintrodução do leilão de capacidade e riscos de insuficiência

O leilão de reserva de capacidade previsto para agosto de 2024 foi cancelado após atrasos judiciais e mudanças nas regras, tornando-se incerto a realização de novas contratações de energia de usinas hidrelétricas e térmicas. Conforme o estudo, há risco explícito de insuficiência de oferta de potência, com violação dos níveis de confiança (LOLP) em vários períodos até 2029.

Neste cenário, o documento reforça a urgência de realizar leilões anuais de reserva de capacidade para garantir o atendimento à demanda, visto que os estudos indicam violações dos critérios de segurança de suprimento ao longo dos próximos anos.

Impacto de cargas especiais e recomendações

O PEN 2025 também destaca a preocupação com a inclusão de cargas especiais no sistema, como datacenters e plantas de hidrogênio verde, que demandam alto consumo energético e têm baixa flexibilidade operacional. A atenção à viabilização do atendimento dessas cargas, especialmente à noite, é considerada fundamental para evitar sobrecarga no sistema.

Perspectivas e próximos passos

O documento reforça a necessidade de medidas estratégicas, como a realização de novos leilões de reserva de capacidade e a implementação de políticas que garantam maior flexibilidade na operação elétrica brasileira, para evitar crises de abastecimento e assegurar a confiabilidade do sistema até 2029. A publicação de uma nova portaria pelo Ministério de Minas e Energia é aguardada para definir as regras de futuros leilões de potência.

Para mais detalhes, consulte a matéria completa no Site da Agência Brasil.

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