Brasil, 9 de julho de 2025
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Arquidiocese de Toulouse nomeia padre condenado por estupro como chanceler

Nomeação de padre com condenação por estupro divide opinião na Igreja e entre vítimas na França

O arcebispo de Toulouse, França, nomeou o padre Dominique Spina como chanceler diocesano, apesar de sua condenação por estupro de um menor, o que gerou forte reação de críticos, vítimas e fieis. A decisão foi oficializada em um decreto publicado em 2 de junho de 2025 e veio à tona na imprensa em 7 de julho.

Controvérsia na nomeação do padre condenado por estupro

Spina foi condenado em 2006 pelo Tribunal de Tarbes por abusar de um estudante de 16 anos em 1993, enquanto atuava como diretor espiritual na escola Notre-Dame de Bétharram. Sua sentença foi de cinco anos de prisão, cumprindo quatro anos e cumprindo um ano de suspensão.

Defesa do arcebispo de Toulouse

O arcebispo Guy de Kerimel justificou sua decisão em declarações à Agência France-Presse, afirmando que optou pela “misericórdia” ao promover Spina. Segundo ele, o padre não exerce responsabilidade pastoral há mais de 30 anos, limitando-se a celebrar missa ocasionalmente e sem funções pastorais permanentes. “Ele cumpriu sua pena e não há motivos para reprovar este sacerdote nos últimos 30 anos”, declarou.

Reação da Igreja e da sociedade

A nomeação provocou indignação entre católicos de Toulouse e especialistas no tema de abuso sexual por membros da Igreja. Uma fonte local afirmou à La Dépêche du Midi: “É inaceitável que um padre condenado por estupro de menor seja nomeado para um cargo de responsabilidade.”

O portal de notícias católico Tribune Chrétienne descreveu a decisão como “surpreendente” e levantou “questionamentos sérios” acerca do compromisso da Igreja na luta contra abusos, especialmente após o relatório CIASE de 2021. Além disso, a nomeação provoca dúvidas sobre a observância do direito canônico, que exige que os candidatos a cargos diocesanos tenham “reputação ilibada e sem suspeitas”.

Implicações e debate interno na Igreja

A controvérsia reacende o debate sobre os critérios de seleção de dirigentes eclesiásticos, sobretudo após sucessivos escândalos de abuso sexual e as medidas adotadas para combater a impunidade. A Igreja na França enfrenta crescente pressão para fortalecer seus mecanismos de prevenção e punição, demonstrando compromisso com a transparência e a justiça.

Perspectivas futuras e repercussões

Especialistas indicam que a controvérsia pode afetar a credibilidade da Igreja local e estimular debates sobre a necessidade de revisões nos processos de nomeação e avaliação de moralidade de seus membros. A arquidiocese de Toulouse ainda não se manifestou oficialmente sobre possíveis revisões na decisão, enquanto o caso permanece como exemplo do difícil diálogo entre misericórdia e justiça no contexto religioso.

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