O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., gerou surpresa ao admitir que uma das suas propostas do plano “Make America Healthy Again” (MAHA) pode ter consequências negativas. A declaração ocorreu durante entrevista à Fox News, quando questionado sobre a intenção de remover o flúor da água potável.
Controvérsia sobre fluoridação e saúde pública
RFK Jr. afirmou que “é uma questão de equilíbrio” e que a retirada do fluorido poderia levar a um aumento de cáries em crianças, especialmente em comunidades de baixa renda. Ele admitiu que a medida poderia resultar em custos adicionais para os proprietários de residências, estimados em uma média de R$ 300 por ano por pessoa.
Já a Associação Americana de Odontologia (ADA) reiterou seu apoio ao fluorido na água, ressaltando que “80 anos de estudos demonstraram sua segurança e eficácia na redução da cárie dentária”.
Impactos de decisões sobre fluoridação
Algumas cidades no Canadá, como Calgary, estão reintroduzindo o flúor após uma década de sua retirada, devido ao aumento de infecções dentárias em crianças, conforme relatado pelo The New York Times. Estudos internacionais mostram que a retirada do fluoreto muitas vezes leva à elevação da incidência de cáries.
Debate nas redes sociais
Internautas têm manifestado preocupação e insatisfação nas plataformas digitais. Usuários do Reddit criticaram a proposta de RFK Jr., apontando que o aumento de cáries afetaria principalmente famílias com menos acesso a cuidados odontológicos. “Como adultos e crianças que não conseguem acesso a tratamento, vamos pagar o preço, enquanto ele fala em ‘equilíbrio’?”, questionou um usuário.
Na mesma linha, no Twitter, comentários desafiaram a lógica de priorizar a saúde pública, descrevendo a proposta como “política de privilégio” e destacando a necessidade de focar em problemas mais graves, como a contaminação por chumbo na água.
Contexto científico e internacional
Um estudo do Programa Nacional de Toxicologia dos EUA revelou que níveis elevados de fluor a acima de 1,5 mg/l podem estar associados a menor QI em crianças, embora a dosagem recomendada pelo CDC seja de 0,7 mg/l. Segundo especialistas, a quantidade usada na maioria das águas públicas é considerada segura.
Existem regiões na Europa onde o flúor ocorre naturalmente na água ou é adicionado a alimentos, como sal e leite, sem que haja uma preocupação geral com riscos à saúde. Assim, a questão do fluoridamento permanece objeto de debate global.
Perspectivas e próximos passos
RFK Jr. deixou claro que sua proposta busca um “equilíbrio”, mas reconhece que algumas medidas podem ter efeitos colaterais indesejados. A administração de seu plano de saúde ainda deve passar por etapas de elaboração e debate público, com possíveis revisões nas políticas de fluoridamento.
Enquanto isso, a controvérsia evidencia o embate entre evidências científicas e propostas que desafiam práticas tradicionais de saúde pública, deixando a população e especialistas atentos às próximas decisões.