Morgan Gardner, que está na sétima mês de gravidez, revelou que ela e seu marido, Ribvar Karimi, ficaram chocados ao serem informados da detenção dele neste fim de semana, como parte de uma operação que capturou 11 iranianos no país. A ação, conduzida pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS), alegou que busca manter terroristas suspeitos fora das comunidades americanas.
Detenção de iranianos por ICE após alegações de ameaça à segurança nacional
Segundo o DHS, Karimi, que entrou legalmente nos EUA em outubro de 2024 com visto de noivo, nunca ajustou seu status de residência e, por isso, estaria indo contra as leis migratórias, o que teria motivado sua prisão. A agência também descreveu Karimi como uma ameaça à segurança nacional, alegando que ele serviu como atirador de elite no exército iraniano de 2018 a 2021, possuindo carteira de serviço militar do Irã.
Entretanto, Gardner afirmou que seu marido nunca combateu forças americanas ou aliadas, tendo, na verdade, lutado contra o grupo extremista ISIS durante seu serviço. “Ele foi capturado uma vez, mas nunca combateu os Estados Unidos”, afirmou à CBS local WIAT. Ela também ressaltou que eles decidiram pausar o processo de regularização do visto dele após ela descobrir que estava grávida, devido a complicações na gestação.
Reação da comunidade e impacto na família
De acordo com uma página do casal no site The Knot, eles se conheceram online jogando Call of Duty: Mobile, e Gardner descreveu seu marido como uma pessoa que trouxe felicidade a ela e que sempre a encorajou.
Amigos e familiares destacam o papel de Karimi na comunidade, onde ele apoiou Morgan e cuidou de sua família. Sua prima, Cyndi Edwards, criou uma campanha de arrecadação no GoFundMe para ajudar nas despesas legais e no processo de re encontros. Edwards afirmou que Karimi foi uma figura admirada na comunidade rural onde moram, ajudando inclusive no cuidado do pai de Morgan durante uma crise de saúde.
Controvérsia e preocupações com a motivação da prisão
Críticos e a própria Gardner especulam que a prisão de Karimi pode ter sido motivada por seu país de origem e suas opiniões contrárias ao regime iraniano. “Sinto que ele foi especificamente alvo por sua origem e pelo que representa”, declarou Gardner, que é apoiadora do ex-presidente Donald Trump, embora ela admita que sua família se arrepende de ter apoiado suas políticas de imigração.
Ela também acredita que administrações anteriores poderiam ter protegido seu marido, pois ela e Karimi estão aguardando o nascimento de seu bebê, programado para a próxima semana. “Meu coração está partido por ele não estar aqui comigo na hora do parto”, afirmou.
Perspectivas futuras e preocupações de segurança
Karimi, que entrou legalmente nos EUA com visto de noivo, não alterou seu status de residência, o que pode resultar em uma ordem de deportação. A prisão ocorreu poucos meses antes do nascimento, e a família teme que, se deportado, ele possa enfrentar represálias ou até risco de vida devido ao seu posicionamento político contra o governo iraniano.
A situação levanta discussões mais amplas sobre os direitos civis, o tratamento de imigrantes e os critérios utilizados pelas autoridades de imigração no país. Especialistas em direitos humanos alertam para a necessidade de garantir processos justos e transparentes em operações como essa, especialmente envolvendo famílias vulneráveis e gestantes.
Por ora, a esperança de Gardner é que seu marido consiga ficar ao seu lado durante o nascimento do filho, enquanto a família continua buscando apoio legal e diálogo com autoridades de imigração.