Nesta quinta-feira (11), a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um amplo projeto de reforma tributária e cortes em programas sociais, que agora segue para assinatura do presidente Donald Trump. A legislação, aprovada por 218 votos contra 214, apresenta consequências preocupantes para milhões de americanos, incluindo perdas no acesso à saúde e aumento da dívida pública.
Impactos na saúde e nos benefícios sociais
O projeto reduz significativamente o financiamento de programas essenciais, como a expansão do Medicaid, que fornece assistência a pessoas de baixa renda. A Lei impõe requisitos de trabalho mais rígidos e cortes de aproximadamente US$ 1 trilhão em serviços de alimentação e saúde, elevando o risco de fechamento de hospitais, especialmente em regiões rurais. Ele também retoma cortes temporários de impostos de Trump, somando cerca de US$ 4,5 trilhões ao déficit federal.
Ao defender as mudanças, líderes republicanos afirmam que as medidas estimularão o crescimento econômico e evitarão o aumento de impostos se as cortes não forem implementadas. No entanto, opositores, como o democrata Jim McGovern, criticaram duramente a proposta: “Este projeto é cruel, covarde e uma traição aos valores desta nação”, declarou na Câmara.
Expansão da repressão migratória e gastos militares
O pacote prevê um aumento imediato de US$ 150 bilhões para a fiscalização de imigração, incluindo US$ 45 bilhões destinados à construção de novos centros de detenção e US$ 29 bilhões para contratação de agentes do ICE. Tais medidas representam um fortalecimento das ações de deportação ao longo dos próximos anos, com críticas de líderes como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, que denuncia a transformação do ICE em uma força paramilitar.
Impactos econômicos e ameaças à dívida
Apesar das críticas, os republicanos alegam que as reduções fiscais promoverão crescimento econômico e pagarão sua própria conta. O senador Vance destacou nas redes sociais que os recursos destinados à imigração representam a maior parte da atenção do projeto, minimizar as diversas outras mudanças de política. O custo estimado das isenções fiscais é de US$ 4,5 trilhões, aumentando a dívida nacional pelo menos em mais US$ 3,4 trilhões.
Democratas têm alertado que o endividamento excessivo coloca em risco a estabilidade futura da economia americana. “Se nada for feito, esses cortes vão trazer uma crise fiscal sem precedentes”, afirmou o líder da maioria, Hakeem Jeffries, em dura fala na sessão.
Queixas e resistência na Câmara
Durante o processo legislativo, membros republicanos se dividiram, com cinco votando contra início de discussões e oito abstendo-se de votar, protestando contra aumento de custos imposto pelas alterações do Senado. A maior resistência veio de alguns moderados, que expressaram dúvidas sobre os cortes no Medicaid e outros programas sociais.
Fitzpatrick, de Pennsylvania, foi o único a votar contra, apesar de pressões do partido. Líderes republicanos negam que o projeto corte o Medicaid, afirmando que busca eliminar desperdícios, o que é contestado por especialistas e por oponentes.
Perspectivas futuras
O projeto agora seguirá para a assinatura de Trump, que manifestou apoio às medidas. Analistas econômicos alertam que o aumento de dívida, aliado à redução de programas sociais, pode aprofundar desigualdades e prejudicar a saúde financeira do país a longo prazo. O impacto político também promete gerar debates intensos nas próximas semanas, à medida que as consequências se tornarem evidentes para a população.