Brasil, 8 de julho de 2025
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Crescente desapego: americano que vive no exterior considera renunciar à cidadania

Quase 50% dos expatriados americanos cogitam renunciar à cidadania, impulsionados por frustrações políticas e dificuldades fiscais.

Um novo estudo revela que quase metade dos expatriados americanos está seriamente considerando renunciar à cidadania dos EUA, uma elevação alarmante de 63% em relação ao ano passado. As razões por trás dessa crescente insatisfação incluem frustrações políticas, encargos fiscais e a percepção de que os Estados Unidos perderam seu prestígio global. Os dados do “2025 Expat Trends Survey”, realizado pela Greenback Expat Tax Services, mostram que essa tendência é mais prevalente entre os millennials e a geração X, com pais de crianças pequenas liderando a lista dos indecisos.

Frustração política e fardos fiscais: a tempestade perfeita

De acordo com a pesquisa, 49% dos expatriados estão considerando a renúncia, e mais da metade (53%) apontam sua insatisfação com a política americana como a principal razão. Com as recentes eleições de 2024, 63% dos expatriados afirmam que os resultados os convenceram a permanecer no exterior permanentemente. Além disso, 83% dos entrevistados consideram o processo de declaração de impostos estressante, com um quarto admitindo que não têm confiança de que estão fazendo isso corretamente.

Os obstáculos fiscais se tornam cada vez mais complexos. Mais da metade (53%) dos expatriados relatam dificuldades na gestão de obrigações fiscais tanto nos Estados Unidos quanto em seus países de residência, enquanto 51% consideram as leis fiscais dos EUA excessivamente complexas. Além disso, o impacto da legislação FATCA, que exige que bancos estrangeiros relatem contas de cidadãos americanos ao IRS, dificulta a abertura ou manutenção de contas bancárias, levando muitos a buscar alternativas legais para evitar complicações.

Os jovens e os pais lideram a renúncia

A análise por faixa etária revela que os millennials são os mais inclinados a considerar a renúncia, com 60% deles avaliando essa opção. Os pais com filhos menores de 18 anos são ainda mais propensos, com 71% cogitando essa decisão. Isso indica que muitos estão tomando decisões estratégicas sobre o futuro de seus filhos, percebendo a cidadania americana como um potencial ônus.

Geograficamente, a maioria dos expatriados na Índia, que mostram a maior disposição para renunciar à cidadania, com 93% considerando essa possibilidade. Em contrapartida, apenas 12% dos expatriados na Espanha expressaram sentimentos semelhantes. Isso demonstra como fatores locais e as relações entre países influenciam tais decisões.

A imagem global desgastada da América

A pesquisa também destaca que as preocupações dos expatriados vão além de problemas pessoais, tocando no papel global dos Estados Unidos. Cerca de 60% dos expatriados afirmam não se sentir representados de forma justa pelo governo dos EUA, colocando em questão o conceito de “impostos sem representação adequada”. As percepções sobre a imagem da América no cenário internacional parecem ter piorado após as eleições de 2024, com 60% dos expatriados acreditando que a reputação do país declinou.

A crescente atração pela vida no exterior

Estima-se que mais de um terço (35%) dos americanos que ainda residem nos EUA estão considerando se mudar para o exterior, com 16% planejando fazer isso no próximo ano. As razões variam desde o custo de vida mais baixo e o desejo de viajar até preocupações com segurança e qualidade de vida. Com a inflação como um fator de decisão para 10% dos expatriados, a maioria ainda mantém laços com os EUA, viajando ao país pelo menos uma vez ao ano.

Além disso, a pesquisa revelou que muitos dos expatriados enfrentam desafios financeiros, que se estendem para além da questão fiscal, incluindo planejamento de aposentadoria, flutuações cambiais e a busca por consultores financeiros que compreendam suas necessidades específicas.

Curiosamente, 55% dos expatriados desconhecem o programa de “Procedimentos de Conformidade de Declaração Simplificada” do IRS, que ajuda a regularizar a situação daqueles que estão em atraso com os impostos. Uma comunicação mais eficaz sobre os recursos disponíveis poderia reduzir a pressão que alguns enfrentam ao contemplar a renúncia à cidadania.

O quadro retratado pela pesquisa mostra que os americanos vivendo no exterior se sentem cada vez mais desconectados de seu governo, sobrecarregados por requisitos fiscais complexos e inseguros sobre os benefícios de manter sua cidadania americana. À medida que quase metade deles considera cortar laços finais com os Estados Unidos, a nação enfrenta questionamentos sobre se suas políticas realmente atendem os cidadãos que vivem globalmente.

Esta pesquisa representa a visão dos americanos que responderam ao questionário da Greenback Expat Tax Services e pode não refletir a população mais ampla de expatriados dos EUA em todo o mundo. O levantamento foi realizado entre 19 de fevereiro e 20 de março de 2025, e inclui 1.145 americanos, dos quais 719 eram expatriados.

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