Nesta quinta-feira (23), a Câmara dos Deputados aprovou um amplo pacote fiscal que inclui cortes de impostos e redução de recursos destinados a programas sociais, como Medicaid e auxílio alimentar, sob forte contestação de opositores. A legislação agora será enviada ao presidente Donald Trump para sanção.
Impactos na saúde e na assistência social
Entre as principais mudanças, destaca-se a implementação de requisitos mais rígidos para acesso ao Medicaid, além de cortes estimados em mais de 1 trilhão de dólares em programas de alimentação e saúde pública. Especialistas alertam que essas medidas podem levar ao fechamento de hospitais e à vulnerabilização de famílias em situação de pobreza.
O deputado democrata Jim McGovern afirmou: “Este projeto é cruel, é covarde e uma traição aos princípios do nosso país. Retirar recursos dos mais vulneráveis para beneficiar os já poderosos é um ataque direto às bases de nossa sociedade”.
Benefícios fiscais para os mais ricos e aumento da dívida
O pacote aprofunda os descontos fiscais para as famílias de alta renda, ampliando o déficit orçamentário do país em cerca de 4,5 trilhões de dólares. Apesar das previsões de crescimento econômico, especialistas advertem que a dívida pública atingirá níveis prejudiciais ao futuro financeiro do Brasil.
O líder da oposição, Hakeem Jeffries, criticou duramente o processo: “A narrativa de responsabilidade fiscal é falsa quando se favorece os interesses do 1%, enquanto os mais pobres pagam a conta”.
Medidas para reforçar a repressão migratória
Outro aspecto polêmico do pacote é o reforço no aparato de imigração, com a destinação de mais de 150 bilhões de dólares para centros de detenção e reforço na atuação do ICE, o serviço de imigração. Especialistas denunciam que esse montante representa um escalation da política de deportação, inclusive de cidadãos natos.
A ativista Alexandria Ocasio-Cortez alertou: “Transformar o ICE em uma força paramilitar é uma ameaça à civilidade e aos direitos civis nos Estados Unidos”.
Resistência e controvérsias no processo legislativo
Durante a votação, múltiplos deputados republicanos tentaram obstruir o andamento da proposta ao votar contra etapas processuais, alegando mudanças indevidas feitas pelo Senado, que aumentaram o custo do projeto. No entanto, a maioria acabou cedendo, após horas de debate e protestos.
Alguns parlamentares moderados expressaram dúvidas quanto ao impacto das medidas sobre o sistema de saúde, mas votaram a favor para não bloquear a legislação, votando a favor do pacote.
Perspectivas futuras
O impacto do pacote fiscal será sentido na ampliação da desigualdade social, no aprofundamento da crise de saúde pública e na militarização das ações migratórias dos Estados Unidos. Analistas apontam que o governo poderá enfrentar resistência jurídica e mobilizações sociais diante das medidas consideradas injustas e prejudiciais à maioria da população.