Brasil, 8 de julho de 2025
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Conflito entre Abin e Polícia Federal afeta estrutura de inteligência

Servidores da Abin denunciam problemas e pedem reformulação legal no órgão de inteligência.

Um conturbado cenário está se desenhando no setor de inteligência do Brasil, à medida que servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) levantam vozes de protesto contra a Polícia Federal em meio ao polêmico caso da Abin paralela. A situação se intensificou com as recentes declarações da União dos Profissionais de Inteligência de Estado (Intelis), que acusam a Associação Nacional dos Delegados de PF de proteger agentes envolvidos em um escândalo que poderia comprometer a segurança nacional.

A luta por espaço no setor de inteligência

A disputa coloca em evidência a ocupação de cargos essenciais por agentes da Polícia Federal dentro da Abin. A Intelis critica essa situação, mencionando que a presença destes policiais traz traumas relacionados a práticas de vigilância excessiva, conhecidas popularmente como “arapongagem”. Três nomes se destacam nas acusações: Alexandre Ramagem, atualmente deputado pelo PL-RJ e investigado no caso da Abin paralela; Paulo Lacerda, envolvido no caso Satiagraha; e Luiz Fernando Corrêa, atual chefe da Abin, que enfrenta indiciamentos por obstrução à Justiça. Além disso, há denúncias de assédio aos servidores da Abin por parte de agentes da PF.

Reações da Polícia Federal

Em resposta, a ADPF (Associação dos Delegados de Polícia Federal) defendeu que tais acusações representam uma “narrativa equivocada” que desconsidera as qualificações e a experiência dos delegados em funções complexas. A ADPF ressaltou o papel destacado de delegados federais em várias esferas, incluindo a posição de Secretário-Geral da Interpol, sublinhando a competência e prestígio da carreira.

O impacto no governo e o apelo por mudanças

As tensões culminaram em uma reunião secreta da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional, onde o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, foi bastante criticado. Em um gesto de protesto, representantes da Intelis distribuíram panfletos aos congressistas, alertando sobre o “sucateamento” da agência e reivindicando a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Denúncias de precariedade

Os servidores da Abin expuseram uma lista de preocupações aos deputados e senadores, enfatizando que: muitas pessoas alheias ao caso da Abin paralela foram expostas, colocando suas vidas e carreiras em risco; técnicas sensíveis de inteligência foram comprometidas durante a crise em Itaipu; a Abin enfrenta o menor orçamento da sua história; há uma crise de efetivo, com até 80% das vagas em aberto; e a instituição carece de uma regulamentação legal adequada. Eles ainda destacam que o diretor-geral continua no cargo apesar de seu indiciamento e que a Casa Civil estaria ignorando as demandas dos funcionários.

Histórico da Abin sob nova gestão

Os servidores pedem modificações significativas no marco legal da Abin e uma convocação do ministro Rui Costa. A problemática começou em março de 2023, quando a Abin foi transferida para a supervisão da Casa Civil, após ter estado sob a alçada do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) desde 2016. Essa mudança gerou incertezas sobre a continuidade do trabalho da agência e sua capacidade de atuar de forma independente e eficaz, especialmente em momentos de crise de segurança nacional.

Com os desdobramentos dessa crise, o futuro da Abin e seu papel na segurança pública do Brasil permanecem em xeque. As próximas semanas serão cruciais, tanto para a reorganização estrutural do órgão quanto para as respostas que o governo apresentará às demandas dos servidores e à sociedade.

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