Após retornar ao Brasil de um fórum jurídico em Lisboa, o governador Cláudio Castro (PL) ainda não se manifestou publicamente sobre a demissão do secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB). A exoneração de Reis, que foi pedida pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), aconteceu há cinco dias e está gerando reações e incertezas no cenário político do estado.
O contexto da demissão
A saída de Washington Reis foi oficialmente anunciada durante a viagem do governador ao exterior, um movimento que pegou muitos de surpresa, incluindo aliados de Castro. A análise da situação pelo governador é esperada até sexta-feira, data em que o mesmo se ausentará novamente, passando o cargo para Bacellar. Existe uma pressão crescente sobre Castro para que tome uma posição clara e rápida diante da situação.
Segundo fontes próximas a Castro, o governador precisa entender a estratégia que levou Bacellar a realizar a demissão nesse momento delicado. Interlocutores afirmam que a expectativa é de que Bacellar reverta sua decisão, mas o presidente da Alerj deixou claro seu posicionamento de maneira firme.
A relação entre Castro e Bacellar
Castro e Bacellar discutiram a exoneração de Reis antes da viagem do governador. Contudo, a decisão de demití-lo não tinha o aval de Castro, o que indica uma possível rixa entre os dois políticos. Enquanto Bacellar adota uma postura mais confrontadora, Castro busca um tom mais diplomático nas relações políticas, o que complica ainda mais a dinâmica entre eles.
Bacellar, por sua vez, classificou Reis como “insubordinado” e declarou que renunciaria à sua candidatura à sucessão de Castro caso o secretário fosse reabilitado. Este evento gera preocupações de que a demissão poderá desencadear uma reação em cadeia, afastando outras figuras da base de apoio ao governador.
Possíveis consequências políticas
A demissão de Reis não é apenas um caso isolado, mas um jogo complexo de xadrez político. Castro, ao lidar com a situação, também mede as implicações para sua própria carreira, especialmente com a possibilidade de uma candidatura ao Senado. A relação com Bacellar é vista como crucial para fortalecer suas aspirações no cenário eleitoral de 2026.
Além disso, Bacellar está buscando estabelecer laços com a família do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerando que esse apoio pode ser vital na configuração da aliança política no próximo pleito. Embora Bacellar busque essa aproximação, fontes no entorno de Bolsonaro parecem hesitar em se envolver ativamente no conflito, especialmente devido ao histórico de Reis como aliado próximo do ex-presidente.
Um futuro incerto para Washington Reis
Reis, que enfrenta uma condenação por crime ambiental e por isso encontra-se inelegível, também está calibrando sua estratégia política. Ele trabalha para reverter essa situação e restabelecer seu papel na política carioca. A possibilidade de uma candidatura ao governo, se a condenação for revertida, o coloca em uma posição de destaque, particularmente em um cenário onde a competição entre aliados e adversários é intensa.
Por enquanto, os desdobramentos da demissão de Washington Reis continuam a ser acompanhados de perto, com Castro em uma encruzilhada que pode definir seu futuro político. À medida que as férias se aproximam e Bacellar reassume o controle do estado, as decisões que serão tomadas nos próximos dias poderão moldar o panorama político do Rio de Janeiro nos anos vindouros.
Em conclusão, a situação evidencia não apenas o embate de poder entre dois importantes líderes políticos, mas também as complexas teias de alianças e rivalidades que definem a política fluminense. As decisões de Cláudio Castro nas próximas semanas poderão impactar não apenas sua gestão, mas também o futuro político do estado e dos protagonistas dessa história.