Após a sentença do julgamento de Sean “Diddy” Combs, ocorrida em 2 de julho, várias celebridades se posicionaram nas redes sociais, refletindo as tensões e debates que cercaram o caso. Com Combs condenado por duas de cinco acusações, a reação do meio artístico evidencia a complexidade de um processo que dividiu opiniões.
Reações ao veredicto de Diddy
A atriz Mariska Hargitay repostou no Instagram um conteúdo da revista Glamour que criticava a postura de Combs, especialmente em relação ao vídeo de 2016 que mostra o artista agredindo Cassie, ex-namorada do rapper. A publicação destacava que “não devemos esquecer o que vimos você fazer com Cassie”, reforçando a preocupação com casos de abuso de poder por celebridades.
Hargitay também compartilhou uma segunda imagem que dizia: “Combs se junta a uma longa lista de homens poderosos que, alegadamente, cometeram abusos, mas enfrentaram poucas consequências”.
Já a cantora Aubrey O’Day, ex-integrante da gravadora Bad Boy Records, expressou sua revolta ao vivo no Instagram, dizendo: “Isso me dá ânsia. Cassie deve estar se sentindo horrível. Eu vou vomitar.”
Em uma postagem mais extensa, ela afirmou: “Ainda estou analisando a magnitude de tudo isso. O peso cultural dessa decisão é imensurável. É devastador ver quantas vidas foram impactadas por essas experiências, e ainda assim, elas não tiveram a justiça que mereciam.”
Condenações e questionamentos sobre justiça
A comediante Rosie O’Donnell também manifestou sua indignação nas redes sociais: “Acredito que o júri nunca quer acreditar que uma mulher fica por poder e coerção — eles acham que as mulheres permanecem por dinheiro, fama… Ou será que gostam de ser abusadas? Que piada de mau gosto. Essa decisão me enfurece. #cassie”.
Por outro lado, a atriz Evan Rachel Wood comentou sobre a natureza do abuso e coerção em relacionamentos violentos, ressaltando a dificuldade de consentimento sob ameaça: “Não há consentimento em relacionamentos de violência doméstica. Uma vez que a ameaça de violência está presente, você acaba cedendo para sobreviver. Não é uma escolha, é coerção.”
Christina Ricci também enviou sua solidariedade a Cassie, afirmando: “Enviando amor e respeito a @cassie hoje. Ela é uma inspiração e uma heroína. Estou ao lado dela.”
Posicionamentos do lado jurídico e de ativismo
O advogado de Cassie, Douglas H. Wigdor, declarou à imprensa: “Cassie teve coragem de denunciar, e, embora o júri não a tenha considerado culpada de tráfico sexual além da dúvida razoável, ela abriu caminho para uma condenação por transporte para prática de prostituição.”
Wigdor reforçou ainda: “Ela mostrou força e trouxe atenção às mazelas de homens poderosos que, por décadas, abusaram sem consequências. Este caso mostra que a mudança é urgente e continuaremos lutando pelos sobreviventes.”
Trama do processo e debates sociais
O júri considerou que Combs violou o Mann Act, ao transportar Cassie e outra mulher para encontros sexuais coercitivos, após denúncia de Cassie em novembro de 2023, envolvendo duas décadas de alegações de abuso. A condenação parcial aconteceu após a acusação de abuso sexual, coercitivo e físico por Cassie, que foi anteriormente à Justiça civil.
De acordo com especialistas em direitos, o caso evidencia os desafios na obtenção de justiça em casos de violência sexual e de coerção, especialmente envolvendo figuras de destaque na indústria do entretenimento.
Impacto na cultura e próximos passos
Os comentários dos artistas mostram a polarização sobre o tema e o clamor por mudanças sociais. “A sentença reforça que o silêncio não é uma proteção, e a coragem de denunciar é fundamental”, afirmou uma ativista dos direitos das vítimas.
O caso segue sendo objeto de debates públicos sobre poder, abuso e responsabilidade na indústria do entretenimento. A discussão reforça a necessidade de fortalecer as leis e o apoio às vítimas de violência sexual, além de refletir sobre o papel das celebridades na luta por justiça.