O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reconheceu nesta terça-feira (8/7) que a meta inflacionária deste ano será descumprida. Ele deve enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando o estouro do teto da meta da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Inflação de junho e expectativas do mercado
A divulgação da inflação de junho está prevista para quinta-feira (10/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa do mercado é de que o índice suba 0,23% no mês, o que indicaria o descumprimento da meta estabelecida pelo governo para o período.
Histórico do descumprimento da meta de inflação
- A inflação de 2024 fechou o ano em 4,83%, ficando 0,33 ponto percentual acima do teto da meta de 4,5%.
- Este foi o oitavo episódio de descumprimento do alvo para o IPCA desde 1999, quando o sistema de metas de inflação foi criado.
- Para 2024, a meta era de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
- Em dezembro, o próprio BC admitiu oficialmente o descumprimento da meta de 2024.
- O banco afirmou que vem tomando providências para fazer a inflação retornar à meta estabelecida.
Declarações de Galípolo e a política monetária
Segundo Galípolo, ele será “o primeiro presidente do Banco Central a assinar duas cartas de descumprimento de metas”. A primeira foi assinada em janeiro, logo após assumir a presidência do BC, após a gestão de Roberto Campos Neto.
Após ser questionado sobre a condução da política monetária, Galípolo afirmou que o Banco Central “nunca dá cavalo de pau em nada”, reforçando o compromisso de seguir as diretrizes estabelecidas, mesmo diante de dificuldades.
Metas de inflação para 2025
Para 2025, a meta inflacionária é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5%, sendo considerado dentro do padrão quando a inflação oscila entre 1,5% e 4,5%.
Desde 2024, a meta passa a ser avaliada de forma contínua, com o índice apurado mês a mês. Se o IPCA ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta será considerada descumprida.
Perspectivas de Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ao Metrópoles que acredita que a inflação deve oscilar dentro da meta em 2026. Segundo ele, a meta de 3%, com intervalo de 1,5% para mais ou para menos, deve ser atingida no próximo ano, considerando fatores externos que impactam a economia brasileira.
“O Banco Central tem que acompanhar a evolução da queda da inflação, levando em conta questões externas que influenciam a política monetária”, declarou Haddad. Ele reforçou que o cenário para 2026 é de controle da inflação dentro do intervalo estabelecido pela meta.
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