Empresas petrolíferas confirmaram nesta terça-feira que conseguiram captar US$ 2 bilhões em financiamento internacional para o projeto Vaca Muerta Oleoduto Sul (VMOS), considerado o mais importante na infraestrutura argentina nas últimas décadas. A obra, que inclui a construção de um oleoduto e um terminal portuário em Río Negro, visa ampliar significativamente as exportações de petróleo do país a partir de 2027.
Financiamento superior ao inicialmente planejado e detalhes do projeto
A captação de recursos superou a meta inicial de US$ 1,7 bilhão, com o empréstimo sendo de responsabilidade de cinco bancos internacionais: Citi, Deutsche Bank, Itaú, JP Morgan e Santander, além de outros 14 bancos e investidores institucionais. A operação foi negociada por um prazo de cinco anos, com uma taxa de juros de 9,82% ao ano, composta pela referência SOFR (4,32%) mais 5,5%, segundo informações oficiais.
Imagens mostram soldagem na construção do oleoduto
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O projeto, liderado por empresas como YPF, Pluspetrol, Chevron, Shell e Tecpetrol, está dividido em quatro fases e inclui a construção de dois trechos de dutos de 130 km e 320 km, totalizando 440 km com tubos de 30 polegadas. A obra também envolverá a instalação de um terminal de carga e descarga de navios, que permitirá a entrada de grandes cargueiros VLCC, capazes de transportar até 2 milhões de barris de petróleo.
Importância estratégica e benefícios econômicos
De acordo com a sociedade VMOS, que coordena o desenvolvimento do projeto, essa operação representa um marco na Argentina ao reabrir o mercado internacional de project finance, fechado desde 2019. Além disso, é considerado o maior empréstimo comercial para infraestrutura no país e um dos cinco maiores na América Latina no setor de petróleo e gás.
O projeto visa elevar a capacidade de exportação de petróleo do país de 180 mil para até 550 mil barris diários até 2027, reduzindo o custo do frete em US$ 2 por barril, o que representa uma economia de aproximadamente US$ 2 milhões por navio. Isso possibilitará à Argentina explorar novos mercados internacionais de maneira mais competitiva.
Impacto sob o contexto político e jurídico
O financiamento ocorre em meio à disputa judicial do Estado argentino com os Estados Unidos, após determinação da juíza Loretta Preska, de Nova York, para transferência de controle acionário da YPF. Mesmo assim, a maior parte do investimento, avaliado em mais de US$ 3 bilhões, será feita nos próximos dois anos, com destaque para o desenvolvimento na província de Río Negro.
Perspectivas futuras para a economia argentina
A fase de execução da obra conta também com a participação de empresas como Techint e Sacde na fabricação do tubo de duto, além de AESA e Oilfield Production Service na instalação das estações de bombeamento. O custo total deve atingir cerca de US$ 3 bilhões, considerando juros e custos adicionais.
Segundo informações oficiais, a aprovação do projeto para o Regime de Incentivos para Grandes Investimentos (RIGI) garante benefícios fiscais e cambiais, facilitando o avanço das obras. A previsão é que toda a infraestrutura esteja em operação até o final de 2026, ampliando a capacidade de exportação e comércio internacional da Argentina.