Brasil, 8 de julho de 2025
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Argentina garante US$ 2 bilhões para projeto de oleoduto na Vaca Muerta

Financiamento de US$ 2 bilhões impulsiona o maior projeto de infraestrutura na Argentina, conectando Vaca Muerta ao mercado internacional

Empresas petrolíferas confirmaram nesta terça-feira que conseguiram captar US$ 2 bilhões em financiamento internacional para o projeto Vaca Muerta Oleoduto Sul (VMOS), considerado o mais importante na infraestrutura argentina nas últimas décadas. A obra, que inclui a construção de um oleoduto e um terminal portuário em Río Negro, visa ampliar significativamente as exportações de petróleo do país a partir de 2027.

Financiamento superior ao inicialmente planejado e detalhes do projeto

A captação de recursos superou a meta inicial de US$ 1,7 bilhão, com o empréstimo sendo de responsabilidade de cinco bancos internacionais: Citi, Deutsche Bank, Itaú, JP Morgan e Santander, além de outros 14 bancos e investidores institucionais. A operação foi negociada por um prazo de cinco anos, com uma taxa de juros de 9,82% ao ano, composta pela referência SOFR (4,32%) mais 5,5%, segundo informações oficiais.

Imagens mostram soldagem na construção do oleoduto

Soldagem automática na linha do oleoduto VMOS foi iniciada, em Río Negro
Soldagem automática na linha do oleoduto VMOS, em Río Negro — Foto: La Nacion

O projeto, liderado por empresas como YPF, Pluspetrol, Chevron, Shell e Tecpetrol, está dividido em quatro fases e inclui a construção de dois trechos de dutos de 130 km e 320 km, totalizando 440 km com tubos de 30 polegadas. A obra também envolverá a instalação de um terminal de carga e descarga de navios, que permitirá a entrada de grandes cargueiros VLCC, capazes de transportar até 2 milhões de barris de petróleo.

Importância estratégica e benefícios econômicos

De acordo com a sociedade VMOS, que coordena o desenvolvimento do projeto, essa operação representa um marco na Argentina ao reabrir o mercado internacional de project finance, fechado desde 2019. Além disso, é considerado o maior empréstimo comercial para infraestrutura no país e um dos cinco maiores na América Latina no setor de petróleo e gás.

O projeto visa elevar a capacidade de exportação de petróleo do país de 180 mil para até 550 mil barris diários até 2027, reduzindo o custo do frete em US$ 2 por barril, o que representa uma economia de aproximadamente US$ 2 milhões por navio. Isso possibilitará à Argentina explorar novos mercados internacionais de maneira mais competitiva.

Impacto sob o contexto político e jurídico

O financiamento ocorre em meio à disputa judicial do Estado argentino com os Estados Unidos, após determinação da juíza Loretta Preska, de Nova York, para transferência de controle acionário da YPF. Mesmo assim, a maior parte do investimento, avaliado em mais de US$ 3 bilhões, será feita nos próximos dois anos, com destaque para o desenvolvimento na província de Río Negro.

Perspectivas futuras para a economia argentina

A fase de execução da obra conta também com a participação de empresas como Techint e Sacde na fabricação do tubo de duto, além de AESA e Oilfield Production Service na instalação das estações de bombeamento. O custo total deve atingir cerca de US$ 3 bilhões, considerando juros e custos adicionais.

Segundo informações oficiais, a aprovação do projeto para o Regime de Incentivos para Grandes Investimentos (RIGI) garante benefícios fiscais e cambiais, facilitando o avanço das obras. A previsão é que toda a infraestrutura esteja em operação até o final de 2026, ampliando a capacidade de exportação e comércio internacional da Argentina.

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