Durante o lançamento do seu segundo veículo elétrico, um SUV conhecido como SU7, em Pequim, Lei Jun, fundador e chairman da Xiaomi, fez uma provocação à Apple, que desistiu de desenvolver seu carro autônomo após uma década de investimentos.
Controles e estratégia no mercado de veículos elétricos na China
A Xiaomi, que conquistou sucesso com o seu SUV SU7, desbancando modelos da Tesla na China, reforçou sua estratégia em mobilidade elétrica ao focar na acessibilidade e integração com o ecossistema de produtos da marca. Lei Jun destacou que, desde a parada do projeto da Apple, a Xiaomi passou a oferecer uma atenção especial aos usuários da gigante americana, especialmente os donos de iPhones, com integração facilitada entre dispositivos.
“Desde que a Apple parou de desenvolver seu carro, demos atenção especial aos usuários da Apple”, afirmou Lei. Ele ressaltou que a sincronia entre iPhones e os veículos da Xiaomi cria uma vantagem competitiva e reforça o vínculo com os consumidores mais jovens.
Xiaomi desafia a Apple em tecnologia e mercado
A provocação foi acompanhada por uma ostentação: a Xiaomi recebeu mais de 289.000 pedidos do SUV SU7 em apenas uma hora após o anúncio, número superior ao do seu primeiro carro, um sedã lançado em março de 2024. Segundo a empresa, a demanda apresenta o potencial de consolidar a Xiaomi como uma das principais fabricantes de veículos elétricos na China, um mercado altamente competitivo e regulamentado.
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Desafios frente à tradição e escala global
Apesar do sucesso no mercado chinês, produzindo cerca de 350.000 unidades em 2025, a Xiaomi enfrenta desafios na escala global, já que fabricantes tradicionais como BYD e Tesla mantém forte presença, com vendas anuais que ultrapassam milhões de veículos. A produção menor e o foco inicial em nichos limitam a expansão internacional da Xiaomi, que ainda não está preparada para competir em outros mercados de forma semelhante.
Fabricar carros é um empreendimento muito mais complexo do que produzir smartphones ou eletrodomésticos, envolvendo normas regulatórias, logística, segurança e produção em escala global. Lei Jun reconhece que essa é uma nova fronteira para a Xiaomi, que atua em território desconhecido ao se aventurar na indústria automotiva.
Impacto e perspectivas futuras
A estratégia da Xiaomi, de aposta na acessibilidade, tecnologia embarcada de ponta e um ecossistema integrado, colocou a marca sob os holofotes, especialmente após o fracasso do projeto autônomo da Apple, o Projeto Titan. Lei Jun declarou que fabricar carros será seu “último projeto empreendedor”, colocando a experiência adquirida à prova.
Subsidios estatais, infraestrutura robusta de recarga na China e a cadeia de suprimentos consolidada foram elementos-chave que facilitaram o avanço da Xiaomi nesse setor. A receita recorde do primeiro trimestre, impulsionada por veículos e smartphones, sinaliza que a empresa pretende ampliar sua atuação na mobilidade elétrica, com a expectativa de a divisão de veículos se tornar lucrativa ainda em 2025.
No entanto, a escalabilidade e os obstáculos globais ainda representam desafios para sua consolidação internacional, fato destacado por analistas que veem a Xiaomi como uma concorrente a ser observada com atenção, sobretudo na mira dos jovens consumidores chineses, que enchem suas casas com produtos da marca.
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