Brasil, 16 de julho de 2025
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Voto da Câmara dos EUA aprova rebaixamento de impostos e cortes em programas sociais

Aprovado por pouco mais de 200 votos, projeto fortalece cortes fiscais para os ricos e ameaças aos cuidados de saúde públicos.

Nesta quinta-feira (24), a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um amplo projeto de lei que prevê cortes de impostos e reduções em programas sociais como o Medicaid. A votação, que terminou com 218 votos a favor e 214 contra, agora segue para assinatura do presidente Donald Trump, que deve sancionar a medida.

Consequências do projeto de lei para a saúde e economia americana

O projeto, conhecido como “Big Beautiful Bill”, reduz significativamente as despesas federais com programas de assistência, incluindo um corte de aproximadamente US$ 1 trilhão na área de saúde, o que pode impactar hospitais, especialmente em regiões rurais. Além disso, traz novas regras de trabalho para beneficiários do Medicaid, exigindo que eles provem estar empregados ou em treinamento pelo menos 20 horas semanais.

“Este projeto é cruel, covarde e uma traição aos valores do nosso país”, afirmou o deputado democrata Jim McGovern durante o debate na Câmara. “Ele penaliza os mais vulneráveis em benefício dos mais poderosos.”

Medidas de aumento da deportação e impacto à imigração

O projeto destinou US$ 150 bilhões às ações de imigração sob comando de Trump, incluindo US$ 45 bilhões para construção de centros de detenção e US$ 29 bilhões para novos agentes do ICE, a agência de imigração e controle de fronteiras. Especialistas alertam que o aumento de recursos pode transformar o ICE em uma força paramilitar, como alertou a deputada Alexandria Ocasio-Cortez.

Negociações e resistência dentro do próprio partido republicano

Embora a maioria dos republicanos tenha apoiado a medida, alguns ainda manifestaram objeções. O deputado David Valadao (Califórnia), que inicialmente prometeu votar contra, acabou mudando de posição após negociações, enquanto outros parlamentares resistiram à mudança nas regras de financiamento do SNAP (programa de auxílio alimentar).

“A maioria das mudanças propostas dificilmente ajudará quem realmente precisa de assistência alimentar”, afirmou a senadora Lisa Murkowski, do Alasca, que conseguiu uma exceção às novas regras sobre pagamento de benefícios.

Reações e críticas ao pacote legislativo

Leaders democratas denunciaram que a lei representa um ataque à saúde pública e ao bem-estar social dos cidadãos mais pobres. “Estamos vendo uma tentativa de beneficiar os ricos e cortar recursos essenciais para os mais vulneráveis”, declarou o líder da bancada democrata, Hakeem Jeffries.

O projeto, que traz uma estimativa de custo de US$ 4,5 trilhões, é considerado uma das maiores mudanças na política fiscal americana dos últimos anos, ampliando o déficit em pelo menos US$ 3,4 trilhões, segundo cálculos independentes.

Próximos passos e expectativas

Após passar na Câmara, o projeto agora depende da sanção de Trump para tornar-se lei. Analistas alertam que os efeitos podem ser devastadores, incluindo maior desigualdade social e um reforço na política de deportação, além de uma possível crise nos sistemas de saúde pública, especialmente em áreas mais vulneráveis do país.

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