Brasil, 9 de julho de 2025
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Trump joga jogo de cena nas tarifas e tenta marcar terreno no cenário global

Donald Trump ameaça aumentar tarifas de importação, mas analistas avaliam que ações são mais de teatro político que estratégias concretas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a usar a política de tarifas como ferramenta de pressão nas negociações internacionais, especialmente com países do Brics. Segundo o economista Paulo Vicente Alves, professor da Fundação Dom Cabral, as ameaças do líder americano parecem mais uma estratégia de “show” do que uma política efetiva, pois o país enfrenta desafios internos que dificultam ações drásticas, como o aumento de tarifas além dos limites. A pauta, reacendida na reunião do grupo no Rio, inclui ameaças de taxação de 100% para países que discutem uma moeda alternativa ao dólar, o que gerou instabilidade no mercado global, com o dólar subindo e o Ibovespa caindo.

O real impacto das ameaças tarifárias de Trump no cenário internacional

Para Roberto Dumas, professor do Insper, o jogo de Trump visa marcar terreno, mas a desdolarização das transações entre os países do Brics é uma meta complexa e distante de se concretizar. “Quem vai querer manter reservas em birr etíope ou rublo russo? As transações internacionais ainda precisam de moedas com alta liquidez, como o dólar”, explica.

Perspectivas para o curto prazo

Embora os especialistas não acreditem que nesta quarta-feira seja o dia D para a implementação de tarifas elevadas, há concordância de que a possibilidade de prorrogação do período de negociações é grande. Ambos reconhecem que Trump é imprevisível e que, por mais que a pressão continue, a tendência é que se busque uma extensão do prazo, evitando um conflito direto que prejudicaria sua popularidade e a economia dos EUA.

Repercussões nos mercados e continuidade do impasse

Dados do mercado indicam que a nova rodada de ameaças tarifárias elevou o dólar e derrubou o Ibovespa, refletindo a insegurança gerada por possíveis novas escaladas na disputa comercial. Segundo análise publicada no jornal O Globo, a ameaça de Trump provoca um efeito de destabilização global, similar ao que ocorreu em outras ocasiões do mandato do presidente americano (leia mais aqui).

Especialistas como Leonardo Paz Neves, do Ibmec-RJ, afirmam que os percentuais de tarifa impostos por Trump parecem mais uma estratégia de “inteligência artificial”, sem uma lógica clara, o que reforça a hipótese de que tudo não passa de uma tática de pressão mais do que uma política de fato. “Ele quer ganhar vantagem na negociação, mas sem uma racionalidade evidente, o que torna o cenário imprevisível”, destaca Neves.

A relação do Brasil e o impacto das táticas de Trump

O Brasil, especialmente por sua presença no grupo dos Brics, acompanha com atenção a escalada de Trump. A postura do presidente americano tenta também marcar uma posição de força frente à ampliação do bloco e às tensões comerciais que vêm se arrastando há meses. O que se observa, de acordo com o especialista Roberto Dumas, é uma tentativa de Trump de fugir da fama de “amarelão”, expressão que circula nas redes sociais com a sigla TACO — Trump Always Chickens Out (Trump sempre foge).

Apesar das ameaças, a estratégia de aumentar tarifas tende a ser temporária, pois impactos econômicos internos — como a reação da bolsa, o aumento dos preços e a própria inflação — forçariam o governo a recuar. “Trump precisa manter uma estabilidade que a política nacional actual não permite, mesmo com sua postura eleitoral agressiva”, avalia Dumas.

Assim, o cenário sugere que o conflito entre o desejo de mostrar força e a necessidade de evitar custos internos manterá a tensão mais acentuada na retórica do que na prática, pelo menos por enquanto (Fonte original).

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