A Novonor, antiga Odebrecht, e a Petroquímica Braskem notificaram o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre uma possível transação envolvendo ações na empresa, controlada atualmente pela Novonor e pela Petrobras. A operação, ainda em avaliação, inclui a possível entrada de Nelson Tanure, empresário ligado ao Fundo de Investimento em Participações Verde, como controlador da petroquímica.
Disputa pelo controle da Braskem e a participação atual
Atualmente, a Novonor detém 50,1% do capital votante da Braskem, enquanto a Petrobras possui 47%. Os demais ações estão com acionistas minoritários. Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Novonor esclareceu que, até o momento, não houve a assinatura de instrumentos definitivos relacionados à transação, que ainda depende de avaliações e aprovações.
Negociações iniciadas desde 2018
Desde 2018, a Novonor busca um novo sócio para a sexta maior petroquímica do mundo. Já houve negociações com companhias como LyondellBasell, J&F, Apollo Global Management, Adnoc e a Kuwait Petroleum Corporation (KPC), além da rival brasileira Unipar. Segundo fontes, o negócio está condicionado à aprovação do Cade e ao cumprimento de obrigações anteriores à Novonor junto à Petrobras, além de negociações com bancos credores, incluindo Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e BNDES, devido à recuperação judicial da holding, que acumula dívidas superiores a R$ 15 bilhões.
Proposta e estratégias de reestruturação
Uma das alternativas discutidas é a criação de um fundo de private equity para reunir as ações da Braskem que estavam sob controle da Novonor e que foram dadas como garantia aos bancos credores. Essa estrutura permitiria que o novo investidor adquirisse uma maior fatia da companhia, controlando o fundo e negociando diretamente com credores por meio de um processo de renegociação de créditos.
No entanto, a intenção da Novonor é reduzir sua participação na Braskem para cerca de 5%, permitindo receber dividendos enquanto honra as obrigações decorrentes do processo de recuperação judicial. A Petrobras também demonstrou interesse em aumentar sua influência na petroquímica, embora sem desejar ser a controladora majoritária, de modo a evitar que a Braskem se torne uma estatal de fato.
Impactos ambientais e o polo de Camaçari
Além do possível controle do negócio, Tanure planeja transformar o polo de Camaçari, na Bahia, em um centro de inovação com foco em petroquímica verde, incluindo tecnologias sustentáveis. Recentemente, fontes revelaram o interesse da Petrobras em utilizar etanol no empreendimento, além de planos de ampliar o uso do gás do pré-sal na unidade do Rio de Janeiro, com investimentos estimados em cerca de R$ 33 bilhões até 2029.
Perspectivas futuras e novos passos
Embora ainda em fase de negociações, o entendimento é de que a operação trará uma reestruturação significativa na gestão da Braskem, com o fortalecimento do papel da Petrobras e a entrada de Tanure como acionista controlador. A aprovação pelo Cade e a formalização dos acordos devem ocorrer nas próximas semanas, no contexto de uma estratégia de revitalização da empresa e de fortalecimento do setor petroquímico brasileiro.
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