Brasil, 16 de julho de 2025
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Mercado mundial encara volatilidade com ameaça de tarifas dos EUA ao Brics

O dólar sobe para R$ 5,45 e o Ibovespa mantém recorde, enquanto tensões comerciais entre EUA e países do Brics aumentam incertezas

Na manhã desta segunda-feira (7), o dólar operava com alta de 0,42%, cotada a R$ 5,4468, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, aumentava 0,24%, atingindo 141.264 pontos, recorde histórico. Os movimentos refletem a instabilidade gerada pela nova ameaça de tarifas do governo dos Estados Unidos e os desdobramentos do cenário internacional.

Impacto das ameaças de tarifas e incertezas globais no mercado brasileiro

Os investidores avaliam o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de que poderá impor uma tarifa adicional de 10% a países que se alinhem às “políticas antiamericanas do Brics”. Ainda sem detalhes sobre quais nações seriam atingidas, a declaração aumenta a expectativa de retaliações comerciais e reforça a volatilidade no mercado financeiro.

Na semana passada, Trump afirmou que enviará cartas aos países com a lista de tarifas que poderão entrar em vigor a partir de 1º de agosto, ampliando o prazo de suspensão do tarifão, inicialmente prevista para 90 dias. A medida, que visa renegociar acordos comerciais, preocupa o mercado ao potencialmente elevar preços ao consumidor e custos de produção na cadeia global, influenciando a inflação e a política do Federal Reserve (Fed).

Reação do cenário internacional e o papel do Brics

A “Declaração do Rio de Janeiro”, divulgada neste domingo pelo Brics, defende o fortalecimento de institutions multilaterais, como a ONU, e o respeito ao direito internacional, sem mencionar diretamente os Estados Unidos. A nota ressaltou o objetivo do bloco de promover reformas na ordem global sem a intenção de confrontar os demais países.

Reações internacionais mostraram preocupação. A China criticou o uso de tarifas como “instrumento de coerção”, enquanto a Rússia destacou que o Brics “nunca atuou contra terceiros”. A África do Sul afirmou que o objetivo do bloco é “reformar a ordem multilateral, sem buscar confronto”.

Repercussões nos mercados e riscos de uma escalada

O aumento das tensões comerciais traz riscos de retração econômica e de uma nova rodada de aumento da volatilidade nos mercados. A possibilidade de tarifas elevadas entre os EUA e parceiros comerciais, além do nervosismo global, gerou quedas nos índices da China e de Hong Kong nesta manhã.

Nos Estados Unidos, os futuros operavam em baixa, enquanto a bolsa europeia mostrava desempenho misto. Analistas alertam que a incerteza pode afetar os investimentos e os preços, além de influenciar a política monetária do Fed, que deve aguardar mais dados econômicos antes de modificar os juros.

O cenário doméstico e a questão do IOF

No Brasil, o mercado acompanha de perto o desdobramento da suspensão dos efeitos dos decretos sobre o imposto sobre operações financeiras (IOF). Na sexta-feira, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou a suspensão de todos os atos relacionados ao tributo e agendou uma audiência de conciliação entre o governo e o Congresso sobre o tema.

As discussões ganham relevância diante do impacto potencial na arrecadação e na estabilidade econômica do país, enquanto questões políticas internas se misturam às incertezas internacionais.

Perspectivas para os próximos dias

Espera-se que a maior volatilidade continue enquanto os investidores monitoram as próximas ações de Trump e as negociações comerciais globais. A ata da última reunião do Fed, que poderá revelar pistas sobre a política de juros, também é aguardada como uma orientação importante para o mercado.

A combinação de fatores internos e externos mantém o cenário de incerteza, com risco de que novas tensões elevem os preços e dificultem o crescimento econômico mundial e brasileiro.

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