Rio de Janeiro — Na manhã desta segunda-feira (7/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou durante a sessão sobre meio ambiente, COP30 e saúde global na reunião de cúpula do Brics, que acontece no Rio de Janeiro. Em um discurso contundente, Lula criticou o negacionismo e o unilateralismo, ressaltando a necessidade de uma cooperação mundial efetiva para promover a justiça climática.
Aceleração do aquecimento global e seu impacto
“Hoje, o negacionismo e o unilateralismo estão corroendo avanços do passado e sabotando nosso futuro”, declarou Lula, alertando que o aquecimento global avança em ritmo acelerado, superando as previsões. Segundo o presidente, as florestas tropicais correm risco de atingir um ponto de não retorno devido ao desmatamento e outras práticas destrutivas.
A necessidade de recursos para a transição energética
Outro ponto abordado por Lula foi a escassez de recursos necessários para a transição energética, essencial para mitigar os impactos da crise climática. Ele observou que os países em desenvolvimento, que muitas vezes são os mais afetados por desastres climáticos, são também os que menos têm condições financeiras para implementar ações de mitigação e adaptação. “Justiça climática é apostar em ações comprometidas com o combate à fome e às desigualdades socioambientais”, afirmou.
Transição justa e planejada
O presidente também ressaltou a urgência de promover uma transição justa e planejada para o fim do uso de combustíveis fósseis e zerar o desmatamento. Para isso, Lula destacou que são necessários investimentos significativos. “Viabilizar os meios de implementação é um desafio que envolve cerca de 1,3 trilhão de dólares, seguindo os 300 bilhões já acordados na COP29 no Azerbaijão”, explicou.
Colaboração entre os países do Brics
Durante a cúpula, além dos discursos, os países membros do Brics assinarão declarações conjuntas em defesa do financiamento climático e da parceria para a erradicação de doenças socialmente determinadas, que afetam populações vulneráveis. “Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda”, frisou Lula, reforçando que a saúde está intimamente ligada a um ambiente saudável e sustentável.
A resposta global à crise climática
A fala do presidente Lula na cúpula do Brics reflete uma crescente conscientização sobre a necessidade de ações coletivas e efetivas no combate à crise climática. Com as Nações Unidas convocando a todos os países a assumir um papel mais ativo na luta pelo clima, os líderes do Brics têm uma oportunidade de se unir para formar uma frente comum. O discurso de Lula ecoa uma visão de futuro onde a justiça climática e a saúde global são prioridades, não apenas para o Brasil, mas para o mundo como um todo.
O evento no Rio de Janeiro não apenas destaca a importância da colaboração em questões climáticas, mas também coloca o Brasil em uma posição de liderança na discussão global, desafiando a tendência de negação do aquecimento global e propondo soluções concretas que beneficiem o desenvolvimento sustentável.
Com a assinatura das declarações conjuntas, espera-se que o Brics demonstre sua disposição para investir em um futuro mais verde e justo, enfatizando que a proteção do meio ambiente deve andar de mãos dadas com o desenvolvimento humano e a inclusão social.
O desfecho do evento ainda trará novos desdobramentos e compromissos que poderão impactar diretamente a política ambiental e de saúde global. O mundo observa as ações do Brics, na esperança de que sejam um sinal positivo para um futuro mais sustentável.