O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez declarações contundentes nesta segunda-feira (7), destacando a incapacidade da Organização das Nações Unidas (ONU) em coordenar um cessar-fogo na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Durante sua fala, Lula enfatizou a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, com o objetivo de ampliar a participação de outros países nos processos de decisão.
A crítica ao Conselho de Segurança da ONU
Lula não se conteve ao criticar o Conselho de Segurança, que, segundo ele, deveria ser o pilar para a prevenção de guerras, mas que, ao invés disso, parece promovê-las. “Desde a guerra do Iraque, até a invasão da Líbia e a morte de Kadafi, até as hostilidades na Ucrânia, ninguém pede licença para fazer guerra,” afirmou. Essas palavras refletem sua preocupação com a falta de uma resposta internacional efetiva em crises que afligem diversas nações.
Incapacidade de mediação internacional
O presidente lamentou a ausência de organismos internacionais que consigam mediar conflitos de forma eficaz. “A ONU perde credibilidade e autoridade para negociar quando não apresenta soluções viáveis. Quem é que realmente negocia? No conflito Rússia-Ucrânia, não existe uma entidade capaz de reunir as partes envolvidas para discutir um acordo,” disse Lula. Essa falta de uma estrutura de mediação é vista por ele como um dos principais obstáculos à resolução de disputas internacionais.
Os conflitos na Faixa de Gaza
Lula se mostrou igualmente preocupado com a escalada dos conflitos na Faixa de Gaza, onde intensos ataques israelenses têm sido registrados após a invasão de membros do Hamas ao território israelense, resultando na morte de cerca de 1.200 pessoas. Segundo o presidente, “o que está acontecendo em Gaza já passou da capacidade de compreensão de qualquer mortal no planeta Terra.” Para ele, a situação é um exemplo claro da ineficácia da ONU em atuar como mediadora de crises.
Críticas às operações militares israelenses
Lula, um crítico contundente das operações de Israel, argumenta que o que está sendo chamado de “guerra contra o Hamas” resulta em inúmeras mortes de civis inocentes, incluindo mulheres e crianças. Ele questionou: “Cadê a instituição multilateral para colocar um fim nisso? Não existe.” Sua declaração reflete a crescente frustração em relação à atuação da ONU, que deveria, em sua visão, coordenar esforços para resolver o impasse de forma pacífica.
A necessidade de reforma na ONU
A proposta de Lula para uma reforma no Conselho de Segurança está em linha com debates existentes sobre a limitação do poder dos cinco países permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Essas nações, ao detentores de veto, têm um papel crucial nas deliberações, e a necessidade de uma representação mais ampla no Conselho é uma demanda crescente entre muitos países em desenvolvimento.
O Conselho, atualmente composto por 15 membros, requer o apoio de nove para aprovar propostas de paz, mas o veto de um dos membros permanentes pode barrar qualquer avanço nesse sentido. Lula argumenta que essa estrutura antiquada precisa de revisão para que a ONU possa se tornar uma força mais eficaz na resolução de conflitos internacionais.
Em meio a tais declarações, permanecem dúvidas sobre a capacidade da ONU em reformar suas estruturas e abordar com eficácia as crises que surgem ao redor do mundo. O apelo de Lula por mudanças pode não resolver os problemas imediatos, mas ressalta a necessidade urgente de uma nova abordagem no cenário internacional.
Como o mundo observa as dinâmicas de poder dentro da ONU, a luta pela reforma e a busca por uma mediação mais eficaz em conflitos se tornam cada vez mais relevantes, e vozes de líderes como Luiz Inácio Lula da Silva são essenciais para abrir espaço para discussões e mudanças significativas.