Em um torneio em que a qualidade e a força do meio-campo podem fazer toda a diferença, o Fluminense encontrou sua receita de sucesso na Copa do Mundo de Clubes 2025. A equipe se destacou, não apenas por avançar às semifinais, mas também pela performance estelar de seus jovens volantes que ajudaram a coroar o time como um forte candidato ao título.
Gols decisivos e desempenhos inspiradores
Quatro dos oito gols do Fluminense na competição saíram dos pés de seus volantes. Na emocionante classificação à semifinal contra o Al Hilal, da Arábia Saudita, o time contou com Martinelli e Hércules, ambos apenas 23 e 24 anos respectivamente, enquanto Nonato, 27 anos, já havia balançado as redes na fase de grupos contra o Ulsan HD, da Coreia do Sul. Hércules, que se destacou com dois gols, é atualmente o artilheiro do clube no torneio e um símbolo do talento jovem que desponta no futebol brasileiro.
Com uma média de idade de 24,3 anos, o trio de volantes não só se destacou nos gols, como também na maneira como dominou o jogo coletivo e individualmente. O Fluminense, sob a batuta de Renato Gaúcho, teve um desempenho estratégico que mostra a importância da recuperação e posse de bola, com duas jogadas de gol criadas a partir de recuperações no campo ofensivo.
A trajetória dos volantes no Fluminense
As histórias de Martinelli, Hércules e Nonato, no entanto, revelam não apenas a consistência em campo, mas também os desafios enfrentados fora dele. Martinelli, formado nas categorias de base do Fluminense, passou por altos e baixos durante sua carreira, inclusive com críticas exacerbadas da torcida. Mas, após uma Libertadores vitoriosa em 2023, a sua performance no Mundial começa a trazer o reconhecimento tão esperado. Hércules, por sua vez, foi a segunda contratação mais cara da história do clube, avaliada em R$ 29 milhões. Após um início conturbado e vários desafios, agora ele se firma como heroico no torneio, colocando-se como um protagonista que cativou a torcida tricolor.
Nonato, por sua parte, também traz uma narrativa interessante. Emprestado pelo Santos até o fim do mês, ele chegou a perder a titularidade para Ganso, conhecido pelo estilo associado ao clássico “10”, mas a necessidade de intensidade no meio-campo levou o técnico a contar com o jogador nesta competição fundamental.
Estratégias criativas e formação do meio-campo
Outro aspecto que chama a atenção é a flexibilidade tática que Renato Gaúcho tem aplicado durante a competição. Ele não hesitou em mudar suas peças, mantendo a base dos volantes, que são cruciais tanto para a defesa quanto para o ataque. A nova formação de 5-3-2, aplicada especialmente no mata-mata, permitiu que Facundo Bernal também ganhasse destaque, contribuindo com sua característica mais defensiva e aumentando a solidez da equipe.
Com apenas três gols sofridos até agora, o Fluminense apresenta uma das melhores defesas do torneio, um feito que representa não apenas o esforço dos zagueiros, mas também a contribuição ativa de seus volantes, um equilíbrio fundamental para o sucesso do time. A alternância entre intensidade e imposição física dos volantes é um diferencial do Fluminense no Mundial, refletindo a preparação adequada e a sinergia dentro do grupo.
Perspectivas para as semifinais
Ainda há dúvidas sobre a continuidade do esquema defensivo, especialmente com a suspensão de Freytes, mas o que parece certo é que a trinca de volantes se firmou como uma das principais armas da equipe nos últimos jogos. Na semifinal, a expectativa é que Hércules, agora titular novamente ao lado de Bernal e Nonato, continue a liderar o Fluminense em busca de um sonho: a vaga na final contra um adversário de peso, como o Chelsea.
Com essa combinação de talento jovem e uma abordagem tática sólida, o Fluminense se destaca não apenas como uma equipe em ascensão, mas também como um exemplo de como as academias e times nacionais brasileiros podem promover seus jogadores e competir em alto nível no cenário mundial. A qualidade de seu meio-campo será um ponto chave para suas ambições nesta Copa do Mundo de Clubes.