O laboratório de pesquisa em inteligência artificial (IA) da Huawei Technologies afirmou, nesta semana, que suas atividades de desenvolvimento da plataforma Pangu não se basearam em modelos de rivais, refutando acusações publicadas na plataforma GitHub. A resposta ocorre em um momento de tensão na corrida tecnológica global, em que a empresa busca proteger sua reputação no setor.
Reação incomum à controvérsia sobre código-fonte aberto
Em um comunicado divulgado na rede social WeChat, o laboratório Noah’s Ark, responsável pela pesquisa, destacou que cumpriu rigorosamente as regras de licenciamento de código aberto, além de marcar claramente os direitos autorais nos arquivos utilizados. “Respeitamos a propriedade intelectual e estamos abertos a discussões técnicas aprofundadas na comunidade de código aberto”, afirmou o comunicado.
Pangu Pro MoE e acusações de plágio
A controvérsia começou após a publicação do código-fonte do modelo Pangu Pro MoE, que é considerado o primeiro de seu tipo treinado com chips Ascend — a resposta da Huawei aos aceleradores de IA da Nvidia. Logo após, um grupo no GitHub chamado “HonestAGI” passou a debater as origens do projeto, levando à remoção do post que continha o código.
Contexto da disputa tecnológica
Embora a Huawei tenha insistido na legalidade de suas ações e na adesão às práticas de código aberto, as acusações levantaram questões sobre a originalidade do código utilizado no desenvolvimento do Pangu. A Huawei também enfrenta uma resistência maior devido à sua posição como símbolo das ambições tecnológicas da China, que tenta se distanciar de tecnologias estrangeiras em setores como smartphones e semicondutores.
Pressão e desafios internos na equipe de IA
Outro ponto destacado na controvérsia foi um post anônimo intitulado “A Tristeza de Pangu”, publicado na mesma plataforma, que relata a imensa pressão sofrida pela equipe de desenvolvimento para produzir resultados, muitas vezes ficando atrás de rivais como a DeepSeek e o Alibaba Group. Segundo o texto, a equipe enfrentou desafios internos e dificuldades em alcançar as metas estipuladas.
Perspectivas e próximos passos
Até o momento, a Huawei não fez novas declarações além do comunicado do Noah’s Ark, que reafirmou sua conformidade com as regras de licenciamento e seu interesse em um diálogo técnico na comunidade de código aberto. Especialistas avaliam que esse episódio demonstra a crescente atenção à propriedade intelectual na área de IA e as dificuldades de inovação diante de um ambiente cada vez mais competitivo.
Para saber mais detalhes sobre o caso, acesse a reportagem completa no site do Globo.