Brasil, 16 de julho de 2025
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Diplomacia no Brasil: tensões aumentam com ameaças tarifárias dos EUA

Em meio à cúpula do Brics, conflito comercial entre Estados Unidos e bloco de economias emergentes se intensifica, com declarações e retaliações.

Nas últimas horas, em meio à expectativa pela iminente imposição de tarifas dos Estados Unidos a vários países, cresceu a tensão entre a maior potência mundial e o bloco do Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os membros do grupo manifestaram, no domingo, sua “séria preocupação” com as medidas tarifárias unilaterais que “distorcem o comércio global”, segundo uma declaração conjunta no Rio de Janeiro.

Conflito comercial e respostas internacionais

Embora tenham evitado citar explicitamente Donald Trump ou os Estados Unidos, o ex-presidente americano deixou claro seu posicionamento na plataforma Truth Social, afirmando que “qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas do Brics será cobrado uma TARIFA ADICIONAL de 10%” e que “não haverá exceções a essa política”.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou que tarifas novas seriam aplicadas a partir de 1º de agosto, caso não fossem firmados acordos comerciais. Essa ameaça gerou reações divergentes entre os integrantes do Brics: China e Rússia buscaram acalmar os ânimos, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a desafiar Trump, afirmando que “se ele achar que pode taxar, os países têm o direito de reciprocidade”.

Reações do Brasil e da China à crise

Durante coletiva após a cúpula de dois dias, Lula declarou: “Não queremos imperador. Somos um país soberano.” Ele também enfatizou a lei da reciprocidade, advertindo que “se Trump taxar, os Estados têm o direito de fazer o mesmo”, e criticou a postura do ex-presidente, considerando-a “muito equivocada e irresponsável”.

Já a China, que conseguiu um acordo temporário para reduzir tarifas recíprocas, reafirmou sua posição de que “guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores” e que o protecionismo não é o caminho a seguir, conforme explicou a porta-voz Mao Ning.

Repercussões e declarações do Brics

O grupo, que recentemente foi ampliado para 11 países, afirmou que não busca confronto com terceiros e garantiu que sua postura não é dirigida contra nenhuma nação específica, reforçando seu papel como um contrapeso ao poder dos Estados Unidos e Europa ocidental. O Brics também condenou medidas restritivas ao comércio internacional, incluindo o possível impacto das tarifas americanas.

Além do tema comercial, a cúpula abordou assuntos como a reforma do FMI e do Banco Mundial, com o objetivo de fortalecer o protagonismo do Sul Global. Lula destacou que “o Sul Global tem condições de liderar um novo paradigma de desenvolvimento, sem repetir os erros do passado”.

Contexto geopolítico e ausências na cúpula

Além do presidente chinês Xi Jinping, ausências notáveis na reunião foram os líderes iraniano, Massoud Pezeshkian, e russo, Vladimir Putin, este último alvo de um mandado de prisão internacional por crimes de guerra na Ucrânia. O grupo pediu um “cessar-fogo imediato e permanente” na Faixa de Gaza e condenou ataques de Israel e Estados Unidos ao Irã, sem citar os países nominalmente.

Desde 2023, o Brics expandiu sua influência ao incluir países como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Indonésia, consolidando-se como uma força de contraposição ao ocidente no cenário global.

Para mais detalhes sobre as ações do Brics e o impacto do conflito comercial, acesse: O que o Brics fez para voltar ao alvo da metralhadora tarifária de Trump.

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