Brasil, 9 de julho de 2025
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Desequilíbrio fiscal ameaça crescimento do Brasil, dizem especialistas

Especialistas alertam que o descontrole das contas públicas prejudica a economia e aumenta o custo de vida dos brasileiros

O desequilíbrio das contas públicas no Brasil é uma bomba-relógio que impacta diretamente o cotidiano dos brasileiros, elevando o custo de vida, dificultando o acesso ao crédito e limitando as perspectivas de crescimento econômico. Segundo economistas ouvidos pelo jornal, a manutenção de gastos acima da arrecadação gera desconfiança dos investidores internacionais, afastando o capital estrangeiro do país.

Impactos do desequilíbrio fiscal na economia brasileira

Maílson da Nóbrega, sócio da consultoria Tendências e ex-ministro da Fazenda, destaca que a realização de reformas fiscais contribuiria para aumentar a produtividade e gerar crescimento. “Mais investimentos e um ciclo virtuoso poderiam beneficiar toda a população”, afirma.

Ele explica que o aumento dos gastos do governo eleva a demanda na economia sem que a oferta acompanhe, provocando inflação — um imposto que penaliza especialmente as camadas mais pobres. Para conter esse avanço de preços, o Banco Central precisa manter a taxa de juros elevada, atualmente a 15% ao ano, bem acima de outros países latino-americanos, o que freia o crescimento. Se o equilíbrio fiscal fosse restabelecido, a taxa de juros de equilíbrio poderia ser a metade do valor da Selic atual.

Atenção ao cenário das contas públicas

O economista Raul Velloso, reconhecido especialista em contas públicas, aponta que o descontrole fiscal resulta na baixa expansão do PIB e na queda nos investimentos em infraestrutura, essenciais para o crescimento sustentável. “O Brasil está condenado a não investir mais em infraestrutura, e isso afeta o Produto Interno Bruto”, afirma.

De acordo com Velloso, a expansão dos gastos com Previdência, que cresce em ritmo acelerado enquanto a população em idade ativa diminui, é um fator central no problema. Entre 2011 e 2018, a taxa real de crescimento dos regimes previdenciários municipais foi de 12,5%, nos estados de 5,9%, na União de 3,1%, e no INSS de 5,1%, entre 2006 e 2021.

Consequências na infraestrutura e no crescimento econômico

Ao mesmo tempo, os investimentos em infraestrutura recuaram de 10% do PIB em 2014 para -3,4% em 2022, o que contribuiu para que o PIB estagnasse em 0,4% no mesmo período. A redução nos investimentos afeta diretamente o crescimento econômico do país, que vinha de uma expansão de 4% ao ano em 2014.

Controvérsias entre política fiscal e monetária

Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central e presidente do Conselho de Administração da Jive Mauá, aponta que a política fiscal expansionista do governo e as altas taxas de juros do Banco Central criam antagonismos que prejudicam o país. Juros elevados encarecem o crédito, travam a economia e elevam a dívida pública, que hoje representa quase 80% do PIB — a mais alta entre os países emergentes.

Figueiredo sugere que um ajuste fiscal de 1% a 3% do PIB ao longo do tempo, incluindo a revisão de isenções fiscais, ajudaria a estabilizar as contas e reduzir a dívida. Ele acrescenta que reajustar o salário mínimo apenas com a inflação também contribuiria para equilibrar as finanças públicas.

Reformas necessárias e perspectiva futura

Maílson da Nóbrega reforça a necessidade de uma nova reforma na Previdência, unificando regras para o INSS e servidores públicos, e revisando benefícios como o BPC. Segundo ele, o Brasil gasta com aposentadorias 32% do orçamento primário, enquanto a média global é de 7,5% — uma proporção insustentável.

O ex-ministro alerta que o atual sistema fiscal, rígido e baseado em uma carga tributária elevada, limita os investimentos em setores essenciais como ciência, cultura e políticas públicas de longo prazo. Para ele, a situação configura uma verdadeira calamidade que exige conscientização e ações urgentes da população e do governo.

Perspectivas e desafios futuros

A recomendação geral é que o país implemente ajustes fiscais graduais e reformas estruturais que promovam o equilíbrio das contas, incentivem o investimento privado e restabeleçam a confiança dos mercados. Somente assim o Brasil poderá superar a crise fiscal e retomar um percurso de crescimento sustentável.

Para mais informações, acesse a reportagem completa em G1.

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