Com o objetivo de acelerar a integração comercial entre o Brasil e a Índia, empresários, diplomatas e representantes dos governos dos dois países discutiram nesta segunda-feira (7) oportunidades de parcerias. O Fórum Econômico Brasil–Índia ocorreu em homenagem à visita do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ao Brasil, e buscou ampliar o potencial de negócios bilaterais.
Oportunidades de negócios e o potencial de crescimento
Realizado no Museu do Amanhã, na cidade do Rio de Janeiro, o evento foi marcado pela identificação de 385 oportunidades para produtos brasileiros no mercado indiano, especialmente nos setores de combustíveis minerais, máquinas e equipamentos de transporte, artigos manufaturados, produtos químicos e óleos animais e vegetais. O encontro destacou o fortalecimento da relação, que atualmente gira em torno de R$ 12 bilhões em comércio bilateral, ainda que seu potencial seja muito maior.
Impulsionando a relação bilateral
Na abertura do fórum, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, ressaltou que o Brasil vem se consolidando como um dos principais destinos de investimentos estrangeiros, enquanto a Índia, com a população que ultrapassou a da China em 2023, apresenta oportunidades significativas para produtos brasileiros. “Não há outra oportunidade tão grande como esta, pois a relação entre os dois países é marcada por amizade e ausência de conflitos”, afirmou Viana.
Construção de novos canais de diálogo
Durante o evento, foi anunciada a criação do Conselho Empresarial Brasil–Índia, com o objetivo de promover o diálogo entre empresários e governos e formular propostas que incentivem o comércio e os investimentos bilaterais. A iniciativa conta com a parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI).
Visões de futuro e estratégias de desenvolvimento
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Márcio Elias Rosa, destacou a possibilidade de os dois países trabalharem juntos rumo a um novo modelo de desenvolvimento sustentável, baseado na economia verde, digital e na inclusão social. “Brasil e Índia podem intensificar parcerias em segmentos como máquinas, fertilizantes, biofármacos e transição energética”, pontuou Rosa.
“O Brasil possui um vasto mercado interno, um parque industrial resiliente e uma diplomacia ativa. Nosso setor produtivo tem competência, e o governo está disposto a criar oportunidades que promovam integração e justiça social”, afirmou Rosa.
Perspectivas de cooperação multilateral
O secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores, Laudemar Aguiar, ressaltou que o fórum busca consolidar uma agenda bilateral centrada no multilateralismo e desenvolvimento sustentável. “Fortalecer os laços entre as democracias do Sul Global é essencial para construir uma ordem internacional mais justa, inclusiva e sustentável”, ressaltou Aguiar.
Dados atuais e desafios
Apesar de a Índia ser a quinta maior economia mundial, ela ocupa apenas a 13ª posição entre os destinos das exportações brasileiras em 2024. O principal produto exportado pelo Brasil ao país asiático foi o açúcar, apesar da tarifa de 100%, e as importações brasileiras têm foco em compostos organo-inorgânicos e medicamentos.
Em termos de investimentos estrangeiros diretos, a Índia investiu US$ 2,93 bilhões no Brasil em 2023, sendo o país asiático apenas o 28º maior investidor no mercado brasileiro. Por outro lado, o estoque de investimentos brasileiros na Índia soma US$ 41,21 milhões, sinalizando grande espaço para crescimento nesse aspecto.
Segundo análise do setor, a ampliação das parcerias pode promover maior equilíbrio na balança comercial, estimular a inovação e fortalecer a presença do Brasil na cadeia de valor global.
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