O Brasil e a China oficializaram nesta segunda-feira (7) um acordo para a realização de estudos conjuntos sobre um corredor ferroviário que conectará os oceanos Atlântico e Pacífico. A assinatura ocorreu no Ministério dos Transportes, em Brasília, e reforça a estratégia de integração洲Sul-Americana e a expansão da infraestrutura logística na região.
Rotas de integração e malha ferroviária brasileira
O projeto prevê a conexão das ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico) ao porto de Chancay, no Peru, que foi inaugurado há três meses pelos chineses. A iniciativa busca unir a ferrovia Norte-Sul (FNS), que liga Açailândia ao estado de São Paulo, com as linhas brasileiras, formando um sistema multimodal que promete fortalecer o comércio internacional.
“A assinatura do memorando marca um passo importante para a integração da logística na América do Sul, beneficiando a economia e o desenvolvimento sustentável”, destacou o ministro dos Transportes, em Brasília. Os estudos serão conduzidos pela Infra S.A., vinculada ao ministério, e pelo China Railway Economic and Planning Research Institute, ampliando a cooperação tecnológica entre os países.
Operacionalização das rotas de integração
A Ferrovia Bioceânica, que partirá de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, até o porto de Chancay, na fronteira entre Brasil, Bolívia e Peru, será uma peça central nesse corredor. A ferrovia faz parte das Rotas de Integração Sul-Americana, projeto do Ministério do Planejamento e Orçamento que busca conectar modais terrestres e marítimos em áreas estratégicas com forte potencial de desenvolvimento econômico e sustentável.
Segundo estudos, o traçado da ferrovia já conta com rodovias federais que facilitam a conexão entre Brasil e Peru, especialmente as BR-364, BR-317 e Irsa Sur, chegando a Lima, a apenas 70 km do porto de Chancay. O novo desenho do transporte ferroviário foi elaborado em diálogo com autoridades do Peru e o Congresso peruano, visando uma integração eficiente e sustentável.
Implicações do acordo e perspectivas futuras
O acordo faz parte de uma estratégia mais ampla de cooperação entre Brasil e China, que envolve outros projetos como o Novo PAC, a Nova Indústria Brasil e o Plano de Transformação Ecológica, todos alinhados ao entendimento de fortalecer a infraestrutura de transporte, promovendo crescimento econômico e sustentabilidade.
Durante a assinatura, representantes chineses destacaram o potencial de trabalhar em parceria para ampliar a conectividade na região, contribuindo para o desenvolvimento dos países do bloco BRICS. Além disso, o encontro reforça o compromisso de ambas as nações de impulsionar a infraestrutura sustentável e a integração regional, alinhada às metas de crescimento e proteção ambiental.
A assinatura do acordo ocorreu no contexto da reunião dos líderes do BRICS, que reforçou a importância de ampliar o diálogo e a cooperação para o fortalecimento das telecomunicações e transportes em países em desenvolvimento, promovendo maior resiliência econômica e ambiental.
Para mais informações, acesse o site da Agência Brasil.