O governo federal assinou, nesta segunda-feira (7/7), um memorando de entendimento com a China para desenvolver o projeto do corredor ferroviário bioceânico, que ligará o Peru ao Brasil através do Acre. A iniciativa tem como objetivo aprofundar estudos para a construção do sistema, que promoverá a integração multimodal de transportes na região.
China e Brasil avançam na elaboração do corredor ferroviário bioceânico
A parceria foi formalizada entre a Infra S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, e o China Railway Economic and Planning Research Institute. A companhia chinesa ficará responsável por produzir estudos técnicos sobre a malha ferroviária, levando em consideração a integração entre rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos.
A estratégia prevê uma rota que começará no porto de Chancay, no Peru, construído por chineses, e seguirá até Rio Branco, no Acre. A malha ferroviária cruzará os estados brasileiros do Acre, Rondônia e Mato Grosso, formando uma ponte biooceânica entre o Atlântico e o Pacífico.
Potencial de transformação na infraestrutura e no comércio internacional
Para o Ministério dos Transportes, a criação do corredor ferroviário pode se tornar a principal via bioceânica do continente, reposicionando o Brasil no comércio internacional e facilitando as exportações para a Ásia. A ideia é que a nova rota promova maior integração regional e aumente a competitividade do país no cenário global.
Segundo o Ministério, o projeto integra um conjunto de cinco rotas que conectam o Brasil a diversos países vizinhos, incluindo as rotas Amazônica, Quadrante Rondon, Bioceânica de Capricórnio e do Sul. Essas rotas fortalecem a posição do Brasil na rede de transporte regional e internacional.
Contexto estratégico e cooperação com a China
O acordo faz parte de um dos quatro eixos estratégicos do pacto firmado em novembro do ano passado entre os presidentes Lula e Xi Jinping. Durante visita oficial a Pequim, Lula destacou que o apoio chinês é decisivo para concretizar obras de infraestrutura como ferrovias, portos e linhas de transmissão no Brasil.
“A viabilidade econômica desses projetos depende da capacidade de coordenação de nossos países para conferir a esses esforços escala regional”, afirmou Lula.
Além do corredor bioceânico, o entendimento também inclui o fortalecimento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), o Plano de Transformação Ecológica e a Nova Indústria Brasil (NIB), ampliando as perspectivas de integração e desenvolvimento regional.
Impactos e próximos passos
O acordo detalha que serão realizados estudos para avaliar a viabilidade econômica e técnica do corredor ferroviário, com previsão de avanço significativo nos próximos anos. A expectativa é que a malha esteja operacional na próxima década, reforçando a posição do Brasil no comércio mundial e promovendo maior cooperação com a China na infraestrutura regional.