Brasil, 6 de julho de 2025
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Lula defende mudanças no FMI e na OMC durante cúpula do Brics

O presidente Lula pediu reformas no FMI e OMC e destacou a importância da justiça tributária em discurso na cúpula do Brics.

Rio de Janeiro — Em um discurso incisivo durante a cúpula do Brics, realizada no último domingo (6/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou a necessidade de reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) e na Organização Mundial do Comércio (OMC). Adeptando um discurso que buscou abordar as desigualdades sociais e econômicas do mundo, Lula criticou a concentração de riqueza nas mãos de bilionários e defendeu novas formas de pagamento que possam facilitar o comércio em tempos de crescente protecionismo.

Uma crítica ao unilateralismo e as desigualdades econômicas

As declarações de Lula ocorreram na abertura da sessão plenária que abordou temas como multilateralismo, questões econômico-financeiras e inteligência artificial. O presidente ressaltou que, enquanto o unilateralismo impõe barreiras ao comércio global, o bloco Brics trabalha para implementar sistemas de pagamento transfronteiriços que sejam mais rápidos, acessíveis e seguros.

“Enquanto o unilateralismo cria barreiras ao comércio, o nosso bloco trabalha por sistemas de pagamento transfronteiriços mais rápidos, baratos e seguros”, destacou o presidente.

O governo brasileiro busca uma nova abordagem que contrabalanceie as políticas comerciais protecionistas que têm surgido em várias partes do mundo. Lula fez questão de unir esforços entre as nações que compõem o Brics para transformar as diretrizes econômicas globais.

Reformas necessárias no FMI e na OMC

Durante seu discurso, Lula também defendeu reformas significativas no sistema de cotas do FMI e na OMC. Ele disse que “a reforma da OMC é outro eixo de ação imprescindível e urgente”. O presidente alertou que a paralisação das negociações e o aumento do protecionismo têm criado um cenário de assimetria insustentável, especialmente para os países em desenvolvimento.

“Não será possível restabelecer a confiança na OMC sem promover um equilíbrio justo de obrigações e direitos que reflita adequadamente o interesse de todos os seus membros”, completou o petista.

O apelo por efeitos mais equilibrados nas normas comerciais internacionais se baseia na necessidade de uma representação mais justa para as economias em desenvolvimento, que frequentemente são marginalizadas nas decisões globais.

Justiça tributária como prioridade

Além de criticar o modelo neoliberal, que ele acredita estar exacerbando as desigualdades econômicas, Lula trouxe à tona a questão da justiça tributária, defendendo uma reforma que mitigue a evasão fiscal. O presidente comentou sobre a impressionante acumulação de riqueza por bilionários, observando que “três mil bilionários ganharam US$ 6,5 trilhões desde 2015”.

“Justiça tributária e combate à evasão fiscal são fundamentais para consolidar estratégias de crescimento inclusivas e sustentáveis, próprias para o século 21”, enfatizou Lula, mostrando que não só a economia, mas também a coesão social deve ser um pilar importante nas discussões do Brics.

Desafios e perspectivas futuras

As declarações de Lula revelam uma disposição firme do Brasil em liderar conversas sobre justiça econômica e reformas estruturais em organismos internacionais. No entanto, a implementação dessas ideias e a aceitação por outros países membros do Brics e seus aliados serão fundamentais para a efetivação de mudanças significativas. A cúpula do Brics também serve como um palco em que as nações em desenvolvimento podem unir forças e expressar suas necessidades frente ao sistema econômico global que, muitas vezes, parece não atendê-las.

À medida que o Brasil e outros países membros se esforçam para formular um futuro mais justo e inclusivo, observa-se uma crescente pressão sobre instituições como o FMI e a OMC para que se adaptem às novas realidades econômicas do século 21, promovendo um ambiente de comércio mais justo e equitativo.

O discurso de Lula, portanto, não apenas ressalta a posição do Brasil na arena internacional, mas também é um reflexo das lutas internas e externas que o país enfrenta ao tentar estabelecer-se como um líder em prol de uma governança global reformulada e mais justa.

A cúpula do Brics, assim, se torna um marco para novas discussões sobre desenvolvimento econômico, justiça social e uma alternativa às políticas tradicionais que, historicamente, não têm dado conta de promover um crescimento sustentável e inclusivo para todos.

Para mais informações, você pode acessar o link original.

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