Brasil, 7 de julho de 2025
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Líderes do BRICS se reúnem e discutem conflitos globais

Na cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, líderes condenaram ataques em Gaza e Irã e pediram reformas nas instituições globais.

A recent cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, destacou o papel crescente do grupo na diplomacia internacional em meio a conflitos violentos e guerras comerciais. Líderes dos países membros condenaram ataques em Gaza e Irã, e reafirmaram a necessidade de reformas nas instituições globais, posicionando o bloco como um espaço seguro para a diplomacia multilateral.

O contexto atual e a importância do BRICS

No encontro, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva traçou um paralelo entre o BRICS e o Movimento dos Não-Alinhados, que agrupou nações em desenvolvimento durante a Guerra Fria. “O BRICS é o herdeiro do movimento não alinhado”, afirmou Lula, enfatizando que a autonomia dos países em desenvolvimento está novamente sob pressão, com a multilateralismo sendo atacado.

Os países membros do BRICS, que representam mais da metade da população mundial e 40% do produto econômico global, têm buscado um espaço para coordenar diplomacia em resposta às divisões das plataformas G7 e G20, que têm se mostrado ineficazes sob a abordagem isolacionista do Governo dos Estados Unidos sob a administração Trump.

Expansão e diversidade do BRICS

Desde sua criação em 2009, o BRICS já incorporou a África do Sul e, mais recentemente, países como Egito, Etiópia, Indonésia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, ampliando sua influência diplomática. Este ano, a inclusão da Indonésia representa um marco, pois mais de 30 países demonstraram interesse em se juntar ao bloco como membros ou parceiros.

Um diplomata brasileiro que preferiu não ser identificado comentou: “O vácuo deixado por outros acaba sendo preenchido quase que instantaneamente pelo BRICS”, destacando a crescente influência do grupo em um cenário global em transformação.

Desafios internos e a necessidade de unidade

A diversidade no BRICS, que agora inclui economias emergentes e rivais regionais, levanta dúvidas sobre a existência de objetivos comuns. O fato de líderes como o presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin não terem comparecido pessoalmente ao evento aumentou as especulações sobre a unidade do grupo.

Contudo, a presença de outros líderes, como o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, reforçou a importância da discussão. Ao abordar as questões globais, o grupo emitiu uma declaração conjunta condenando os ataques à infraestrutura civil do Irã e expressando preocupação com os ataques à população palestina em Gaza.

Reformas e novos compromissos no cenário global

A cúpula fez um chamado à ação para que o BRICS lidere reformas nas instituições internacionais, especialmente no Conselho de Segurança da ONU e no Fundo Monetário Internacional. Lula ressaltou que a governança internacional deve refletir a nova realidade multipolar do século XXI e que o BRICS tem um papel fundamental nessa atualização.

Durante a reunião, os líderes também discutiram o impacto das tarifas comerciais crescentes e suas consequências para o comércio global. Ao expressar apoio à adesão da Etiópia e do Irã à Organização Mundial do Comércio (OMC), o grupo procurou reforçar o ideal de um comércio global justo e acessível.

Compromissos com a sustentabilidade e o futuro

Em meio a esses debates, o BRICS reafirmou seu compromisso com a sustentabilidade e a conservação ambiental. O Brasil, que sediará a cúpula sobre clima da ONU em novembro, está se preparando para destacar os esforços dos países em desenvolvimento no enfrentamento das mudanças climáticas, especialmente em contraste com as políticas dos Estados Unidos sob Trump.

Na luta contra a degradação ambiental, a China e os Emirados Árabes Unidos mostraram interesse em investir em um fundo proposto para a preservação das florestas tropicais, sinalizando um esforço conjunto para financiar a conservação ambiental em todo o mundo.

Com uma agenda diversificada e a clara intenção de falar em nome das nações em desenvolvimento, a cúpula do BRICS no Rio de Janeiro se firmou como um marco importante para a promoção da diplomacia multilateral e a busca por um novo equilíbrio na governança internacional.

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