O tênis de mesa brasileiro sente a ausência de um de seus maiores ídolos. Neste domingo (6), o CEO da World Table Tennis (WTT), Steve Dainton, se manifestou em relação à proibição de Hugo Calderano de participar do WTT Grand Smash em Las Vegas, um torneio considerado uma das principais competições do circuito mundial. A ausência de Calderano, que ocupa atualmente a terceira posição no ranking mundial, ocorre devido a um problema relacionado ao visto de entrada nos Estados Unidos.
Responsabilidade fora das mesas
Durante uma entrevista ao site da Associação de Tênis de Mesa dos Estados Unidos (USATT), Dainton lamentou a falta do atleta brasileiro, ressaltando sua importância para o torneio. “Ele [Hugo] é um jogador incrível, com resultados recentes que mostram que é um dos melhores do mundo na atualidade. Tê-lo aqui seria importante. Mas temos encorajado os jogadores a se prepararem com meses de antecedência para retirarem seus vistos e aqueles que o fizeram não tiveram maiores problemas”, afirmou Dainton.
O dirigente complementou, destacando que ser profissional no esporte vai além das habilidades demonstradas nas mesas. “Esse é um recado de que ser profissional demanda mais que apenas performance na mesa. Também significa assumir a responsabilidade fora dela”, frisou.
Um obstáculo burocrático
Hugo Calderano possui cidadania portuguesa, o que em condições normais permitiria a ele entrar nos Estados Unidos sem visto, por meio de um sistema de isenção para países da União Europeia. Contudo, a situação se complicou após sua participação em competições em Cuba no ano passado. A Lei de Melhoria do Programa de Isenção de Visto e Prevenção de Viagens Terroristas, aprovada em 2015, impõe restrições a viajantes que tenham visitado Cuba após 2021.
De acordo com a assessoria de imprensa do atleta, Hugo buscou um visto regular em caráter emergencial e contou com o apoio da USATT e do Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA (USOPC). No entanto, não houve possibilidade de uma entrevista consular a tempo que permitisse a sua participação na competição.
Representação brasileira no WTT Grand Smash
Apesar da ausência de Hugo Calderano, o Brasil mantém sua representação no WTT Grand Smash Las Vegas. Entre os homens, Vitor Ishiy, classificado na 48ª posição do ranking da WTT, fará sua estreia neste domingo, enfrentando o japonês Hiroto Shinozuka (29º). Ele será o único brasileiro na categoria de simples. Nas duplas, Vitor competirá ao lado de Guilherme Teodoro (142º), enquanto Leonardo Iizuka (80º) jogará com o australiano Hwan Bae (40º).
No quadro feminino, a brasileira Bruna Takahashi, 19ª do mundo, também está em ação. Ela se prepara para enfrentar a egípcia Dina Meshref (46ª), enquanto sua irmã, Giulia Takahashi (77ª), disputará a categoria de duplas ao lado de Laura Watanabe (114ª). Giulia e Guilherme Teodoro também competirão nas duplas mistas.
Um futuro incerto para Calderano
A ausência de Hugo Calderano no WTT Grand Smash levanta preocupações sobre o futuro do atleta, tanto em termos de competições internacionais quanto de sua preparação para eventos futuros. A situação também serve como um aviso para outros atletas sobre a importância da documentação e planejamento ao considerar competições fora do país.
Enquanto isso, o Brasil observa suas representações nos torneios internacionais, torcendo para que a trajetória de Hugo continue a brilhar, e que situações como essa possam ser evitadas no futuro. A esperança é que, em um próximo evento, o talento e a garra de Hugo sejam vistos nas mesas, onde ele pertence.
