Nesta domingo (6), os líderes do Brics participaram da primeira fase da cúpula no Rio de Janeiro, onde assinaram uma declaração que destaca a inteligência artificial (IA) como uma oportunidade histórica para o desenvolvimento global. A carta reafirma que a governança da IA deve mitigar riscos potenciais e atender às necessidades de todos os países, incluindo o Sul Global.
Declaração do Brics sobre inteligência artificial e governança global
A nota, à qual O GLOBO teve acesso, enfatiza que o desenvolvimento da IA traz benefícios, mas também preocupa por possíveis riscos à segurança e à economia mundial. Os países do grupo defendem a implementação de regulações internacionais que garantam uma governança eficiente e inclusiva.
Compromisso com a inclusão do Sul Global
Segundo o documento, “a governança global da IA deve mitigar riscos potenciais e atender às necessidades de todos os países, incluindo os do Sul Global”. O tema é considerado prioridade pelo governo brasileiro, que liderou as discussões ao longo de sua presidência do grupo. A partir de segunda-feira, a presidência será assumida pela Índia, e a discussão sobre IA deve permanecer na agenda.
Outros temas da declaração
Além do foco na IA, a declaração aborda assuntos como saúde, comércio internacional, conflitos geopolíticos e a reforma do Conselho de Segurança da ONU. O texto reforça a preocupação com o aumento de ações protecionistas, especialmente por parte de Estados Unidos e União Europeia, e aponta que o sistema multilateral de comércio está em crise.
Questões diplomáticas e geopolíticas
De acordo com fontes oficiais, os pontos mais delicados, incluindo a situação em Gaza e conflitos no Oriente Médio, foram tratados com linguagem diplomática, sem mencionar diretamente os Estados Unidos e Israel nos ataques ao Irã. O documento também destaca que o aumento de tarifas e medidas restritivas ameaça desorganizar cadeias globais de suprimentos e prejudicar a economia mundial.
Relevância do grupo e estratégias futuras
O secretário-geral do grupo, Roberto Oliveira, destacou que a preocupação com a possível enfraquece do Brics “revela sua força e capacidade de influenciar o cenário internacional”. O Brasil, que conduz o grupo até segunda-feira, reforça seu compromisso em ampliar o protagonismo nas discussões sobre governança da IA e outros temas estratégicos.
A expectativa é que o documento final da cúpula, que terá mais de 100 parágrafos, seja divulgado nos próximos dias, consolidando a posição do Brics na arena internacional e apontando caminhos para uma governança global mais equitativa e segura na área de inteligência artificial.
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