Durante a cúpula realizada neste domingo e segunda-feira no Rio de Janeiro, os países do Brics apresentaram propostas para reformar o sistema financeiro internacional, com foco na ampliação da participação de emergentes no FMI e Banco Mundial, além de novas iniciativas de cooperação econômica.
Reformas nas cotas do FMI e Banco Mundial
Na véspera do evento, ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do grupo já haviam firmado um acordo para revisar as cotas dos países em desenvolvimento e mercados emergentes nesses órgãos. Segundo o documento divulgado, a meta é ampliar as cotas e alterar a forma de cálculo, buscando maior representatividade para as nações do Sul Global.
De acordo com o texto, “pedimos por procedimentos de gestão aprimorados, inclusive por meio de um processo de seleção inclusivo e baseado no mérito, que aumentaria a diversidade regional e a representação dos PDMEs na liderança do FMI e do Banco Mundial”. A iniciativa visa reduzir o domínio tradicional das potências ocidentais nessas instituições, cujo histórico remonta ao acordo de Bretton Woods, após a Segunda Guerra Mundial.
Impulsionando um sistema financeiro mais inclusivo
O documento também reforça a necessidade de desenvolver sistemas de financiamento em moedas locais e manter o foco na Iniciativa para Pagamentos Transfronteiriços do Brics, que busca diversificar as operações internacionais além do dólar. Assim, o grupo pretende fortalecer a autonomia financeira dos países emergentes.
Criação de mecanismos de desenvolvimento sustentável
Outra proposta importante é a implementação de um mecanismo de garantia financeira multilateral, voltado a impulsionar o desenvolvimento sustentável, sobretudo em setores como a transição energética. Segundo os líderes do Brics, a iniciativa deve reduzir os custos de capital e ampliar o acesso de países emergentes a recursos internacionais, minimizando riscos financeiros.
Contexto e perspectivas futuras
O Brasil e demais membros do grupo destacaram que essas reformas não visam substituir as instituições criadas por Bretton Woods, mas oferecer uma alternativa mais alinhada às demandas atuais do Sul Global. A cúpula, contudo, foi marcada por ausências ilustres, o que gerou debates sobre o impacto político das propostas e possíveis desafios na implementação.
Segundo análises de especialistas, as propostas apresentadas pelo Brics representam uma tentativa de maior autonomia econômica e política, que pode impactar o cenário global nas próximas décadas. O avanço dessas mudanças depende do consenso entre os países e de possíveis negociações com instituições internacionais.
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