O arcebispo de Ndola, na Zâmbia, Dom Benjamin Phiri, pediu nesta semana que os jornalistas do país resistam ao sensacionalismo e à distorção de fatos enquanto se aproximam as eleições gerais de 2026, marcadas para agosto.
Responsabilidade no jornalismo para uma eleições pacíficas
Durante missa comemorativa ao 40º aniversário da paróquia de São Pedro, em Mushili, no domingo, 29 de junho, Dom Phiri ressaltou a importância do jornalismo ético e responsável. “Quando você informa com o objetivo de educar, não mente. Você faz uma narrativa baseada nos fatos verdadeiros”, afirmou durante a celebração.
Ele criticou a atuação de alguns profissionais que promovem narrativas que alimentam conflitos e fomentam a divisão. “Quem quer que seja, se é jornalista, deve reportar de forma construtiva, com precisão, ajudando a construir a paz”, acrescentou o arcebispo.
A conduta ética no exercício do jornalismo
Dom Phiri evidenciou que a atuação irresponsável, com foco em popularesm, pode causar prejuízos maiores, como manifestações violentas e perda de vidas. “Se seu jornal, emissora ou rede social se torna famosa por espalhar mensagens que provocam tristeza ou conflito, vocês também serão julgados por isso”, alertou. “A responsabilidade pelo sangue derramado está na sua narrativa.”
Ele também criticou a prática de manipular informações para obter reconhecimento, alertando que a promoção de discursos de ódio durante períodos de tensão eleitoral tem consequências graves para a sociedade.
Fé, política e unidade na época das eleições
O arcebispo reforçou que, embora a diversidade de opiniões seja natural, os fiéis não devem permitir que diferenças ideológicas causem violência. “Estamos todos adorando ao mesmo Deus. Como podemos nos ferir ou matar por causa de uma ideologia?”, questionou.
Dom Phiri destacou que a busca por posições políticas não deve prevalecer sobre os valores espirituais. “A verdadeira salvação não se alcança lutando por opiniões humanas. Devemos seguir os ensinamentos de Deus em nossas ações”, frisou.
Combate à corrupção e promoção da integridade
O líder religioso também abordou questões de corrupção na administração pública, exortando servidores a agir com ética e a servir à comunidade com integridade. Segundo ele, a prática tem dificultado o acesso a empregos e vagas em instituições de ensino, criando uma cultura de favorecimento e exploração.
“Hoje, conseguir um emprego ou uma vaga escolar exige pagamento de propina ou o envolvimento de contatos. Isso é justo? Se somos qualificados, temos direito a oportunidades legítimas”, afirmou.
Perspectivas para as eleições de 2026 na Zâmbia
Com uma população acima de 19,6 milhões de habitantes, de acordo com dados de 2022, a Zâmbia realizará suas eleições gerais em 13 de agosto de 2026, para escolher presidente, membros do Parlamento, vereadores e chefes de distrito.
Dom Phiri concluiu sua mensagem reforçando a necessidade de que todos os cidadãos participem do processo eleitoral com responsabilidade, pautados pela ética e pelos valores cristãos.
Esta notícia foi originalmente publicada pela ACI Africa, parceira de notícias da CNA na África, e adaptada para o CNA.