Brasil, 5 de julho de 2025
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Lula pede governança multilateral sobre inteligência artificial no Brics

No Fórum Empresarial do Brics, presidente defendeu diretrizes para IA e a cooperação entre economias emergentes.

No último sábado (5), durante a abertura do Fórum Empresarial do Brics, realizado no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou a necessidade de uma “governança multilateral” para regular a inteligência artificial (IA). O petista destacou que a evolução dessa tecnologia, sem diretrizes claras, apresenta “riscos e efeitos colaterais” significativos.

Fórum Empresarial do Brics e a importância da IA

O evento, que precede a cúpula do Brics programada para os dias 6 e 7 de julho, reuniu empresários e representantes dos 11 países membros do agrupamento. O debate sobre a regulamentação da IA está entre os objetivos do Brasil durante sua presidência do Brics. Lula defendeu que diretrizes comuns sobre IA sejam estabelecidas, buscando assegurar padrões mínimos de transparência e segurança.

“A inteligência artificial traz possibilidades que, há poucos anos, sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes coletivas bem definidas, modelos gerados por grandes empresas de tecnologia acabam dominando o campo. Portanto, os riscos em torno da IA exigem uma governança multilateral”, afirmou Lula em seu discurso.

Multilateralismo e desenvolvimento econômico

Além de abordar a IA, Lula enfatizou a importância do multilateralismo entre as nações para enfrentar os desafios econômicos atuais. Ele descreveu o Brics como um “polo aglutinador de economias prósperas”, sugerindo que os países membros têm a aprender mutuamente por meio da “sinergia permanente”. A proposta de um “novo modelo de desenvolvimento” foi também central em sua fala, visando uma abordagem focada em práticas como agricultura sustentável, indústria verde e bioeconomia.

“Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional”, declarou o presidente, posicionando o Brics como um “fiador de um futuro promissor”.

Empoderamento feminino e papel dos empresários

No seu discurso, Lula ainda fez uma defesa do empresariado e ressaltou a importância da participação feminina na economia e na política. “Os governos podem abrir portas, mas são os empresários que realmente sabem fazer negócios”, disse Lula, incentivando as mulheres a buscarem seus espaços em diferentes esferas.

“O espaço que vocês desejam na participação política e empresarial depende exclusivamente da ousadia de vocês. Não esperem que nós, homens, sejamos os autores das conquistas de vocês”, completou.

Expectativas para a cúpula do Brics

A cúpula do Brics, a ser realizada no Rio de Janeiro, contará com a presença de chefes de Estado e outros representantes dos países-membros e parceiros. Entre os líderes confirmados, estão o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O encontro tem como prioridades a discussão sobre combate à pobreza, financiamento climático, comércio, e claro, inteligência artificial.

Uma das propostas em discussão é a criação de uma parceria voltada para a eliminação de doenças ligadas à pobreza e para ampliar o acesso democrático a tecnologias. Atualmente, o Brics é composto por 11 países membros e 10 parceiros, buscando fomentar a cooperação econômica e política.

Segurança no evento e participações ausentes

De acordo com a TV Globo, três chefes de Estado de países-membros não estarão presentes na cúpula: Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China) e Abdel Fattah al-Sisi (Egito). Para garantir a segurança do evento, medidas como Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e restrições de voos foram implementadas.

O embaixador Maurício Lyrio, do Itamaraty, está à frente dos preparativos, coordenando os trabalhos como sherpa brasileiro. A expectativa é que a cúpula promova discussões cruciais e estabeleça um alinhamento estratégico entre os membros em um cenário global cada vez mais tumultuado.

O discurso de Lula e a programação do Fórum e da Cúpula do Brics refletem a postura do Brasil perante as novas dinâmicas econômicas e tecnológicas, buscando colaborar e liderar discussões que possam influenciar o futuro das relações internacionais.

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