No último sábado (5), a família de Orizon Pereira Alves, um eletricista de 42 anos falecido em um trágico acidente de trânsito na PI-257, entre Redenção do Gurguéia e Curimatá, interditou por duas horas um trecho da rodovia. O acidente ocorreu na tarde da quinta-feira (3), e a manifestação dos parentes ocorreu em protesto pelas más condições de tráfego na área.
O protesto e as reivindicações da família
Por volta das 9h da manhã, os familiares de Orizon, acompanhados de outros moradores da comunidade rural Pedrinhas, queimaram galhos e bloquearam completamente a passagem da rodovia, situada a cerca de 10 km da zona urbana de Redenção do Gurguéia. O Grupamento de Polícia Militar (GPM) da cidade compareceu ao local e negociou com os manifestantes, resultando na liberação da via por volta das 11h.
Girlany Alves, sobrinha de Orizon, destacou que o trecho é estreito e apresenta uma curva acentuada, que já causou outros acidentes fatais. Ela mencionou que o aumento do tráfego de caminhões de carga e a velocidade destes veículos são preocupantes. “Além da curva, tem a extensão curta e a falta de acostamento. O meio está excelente, não tem buracos, mas a sinalização é péssima. As poucas placas ficam tampadas pelo mato e não tem como encostar senão cai no barranco”, declarou.
A família de Orizon alega que pedirá ao Governo do Piauí melhorias na sinalização e a expansão do trecho da rodovia estadual, a fim de evitar novos acidentes.
Como ocorreu o acidente fatal
Conforme informações do GPM, o trágico acidente que resultou na morte de Orizon aconteceu na tarde da quinta-feira (3). Ele estava retornando de carro da zona urbana de Redenção do Gurguéia para a comunidade rural Feirinha, onde residia com sua família. O veículo do eletricista colidiu com uma carreta nas proximidades da comunidade Pedrinhas. O impacto foi tão forte que o carro foi arremessado para fora da pista, levando à morte imediata de Orizon. O motorista do caminhão permaneceu no local, prestou esclarecimentos à polícia e foi liberado.
O corpo de Orizon foi recolhido pelo Instituto de Medicina Legal (IML) de Bom Jesus e, posteriormente, entregue à família para o sepultamento, realizado na sexta-feira (4).
Um exemplo de dedicação e amor à família
Em entrevista ao g1, Girlany compartilhou um pouco sobre a vida de seu tio. Originário de Redenção do Gurguéia, Orizon se mudara para Brasília (DF) na juventude, onde prestou serviço ao Exército. Após enfrentar problemas de saúde, retornou ao Piauí para cuidar de seu pai, que sofre de Alzheimer avançado e Parkinson, tornando-se totalmente dependente de cuidados. “Orizon deixou toda a sua vida em Brasília para ajudar meu avô”, afirmou Girlany.
Além de cuidar de seu pai, Orizon trabalhava como eletricista e pedreiro autônomo, complementando a pensão que recebia do Exército. Ele era frequentemente visto participando das atividades de sua igreja evangélica e sempre se mostrava disposto a ajudar a comunidade. “Ele disse que ia honrar os pais dele até o fim. Nunca o víamos com cara fechada, era um servidor da comunidade. Toda a cidade está de luto”, contou Girlany.
A situação de Orizon é um reflexo das dificuldades enfrentadas por muitos trabalhadores brasileiros que se dedicam à sua família e à comunidade, e a tragédia trouxe à tona a discussão sobre a infraestrutura e a segurança nas estradas do Piauí.
A importância de melhorias nas estradas
O protesto da família de Orizon é um lembrete crucial sobre a necessidade de cuidados e melhorias nas rodovias brasileiras, onde muitos acidentes podem ser prevenidos com sinalização adequada e manutenção das vias. A esperança é que seu clamor e o de sua família sejam ouvidos, resultando em mudanças significativas que garantam a segurança de todos que trafegam pela PI-257.
Aguardamos um posicionamento do Departamento de Estradas e Rodagem do Piauí sobre a situação da rodovia e as reivindicações apresentadas pelos familiares de Orizon.
