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No dia 1º de julho, o ex-presidente Donald Trump visitou o recém-inaugurado centro de detenção de imigração conhecido como “Alligator Alcatraz”, localizado nos Everglades, na Flórida. A iniciativa, que contou com a presença do governador Ron DeSantis, foi amplamente exaltada por sua rápida construção, concluída em menos de oito dias, mas logo revelou deficiências graves na infraestrutura.
Construção acelerada e condições precárias
O governo da Flórida utilizou uma ordem de emergência para adquirir a área do Aeroporto Dade-Collier e destinar fundos do programa de abrigos de FEMA, criado pelo Congresso, para suportar migrantes e solicitantes de asilo. Contudo, uma semana após a inauguração, o centro já simboliza uma obra mal planejada, com problemas de enchentes e condições insalubres.
Anna Eskamani, representante democrata pelo distrito 42 da Flórida, divulgou vídeo nas redes sociais mostrando o interior do local saturado de água após uma tempestade de verão. Segundo ela, o lago de água se formou sob a tenda do centro, atingindo as áreas próximas a cabos elétricos, o que levanta preocupações de segurança.
Reações públicas e críticas às falhas
Nas redes sociais, internautas não economizaram críticas à rapidez com que o centro foi construído, alegando que a prioridade foi cumprir prazos em detrimento da segurança. Comentários como “Deixem a chuva e a incompetência fazerem seu trabalho antes de enviar pessoas para lá” e “Construíram no pântano e esperam que não encha?” refletem o ceticismo geral.
Na plataforma Twitter (X), houve ainda comparações com as consequências de desastres naturais. “A inundação no ‘Alligator Alcatraz’ é um exemplo claro de negligência sistêmica e violações dos direitos humanos em centros de detenção de migrantes”, dizia uma postagem. Outros questionaram os padrões de segurança e a eficiência das obras rápidas realizadas em poucos dias.
Impactos ambientais e riscos iminentes
O centro está localizado em uma área que recebe cerca de 1,5 metro de chuva anualmente, com condições que podem se agravar durante furacões. Kevin Guthrie, diretor da Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida, afirmou que o local suportaria ventos de até 110 mph, considerados insuficientes para a intensidade de tempestades na região, particularmente na área dos Everglades, aérea de alta atividade tropical.
Após o incidente, a própria Divisão relatou que os problemas de infiltração tinham sido sanados. Segundo Stephanie Hartman, deputada diretora de comunicação da divisão, a equipe reforçou as estruturas e minimizou a impacto da chuva, embora especialistas alertem que tempestades mais severas ainda representam uma ameaça real ao centro.
Perspectivas futuras e críticas contínuas
Especialistas e ativistas continuam questionando a eficiência e a segurança do “Alligator Alcatraz”. Críticos apontam que a rapidez na construção foi uma estratégia de propaganda e não uma solução segura ou sustentável. Além disso, há debates sobre os custos ambientais e humanos de uma instalação que, neste momento, parece pouco preparada para enfrentar as adversidades naturais da região.
Com o clima tropical da Flórida e a alta frequência de furacões, o centro de detenção inaugurado às pressas levanta dúvidas sobre sua viabilidade e segurança de longo prazo, além de refletir uma gestão que prioriza a imagem sobre a qualidade das condições de infraestrutura.
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