A recente demissão do secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Washington Reis, pelo presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar, trouxe à tona uma intensa crise política no estado, que pode comprometer alianças importantes para as eleições de 2026. O conflito se intensificou, colocando o governador Cláudio Castro em uma posição delicada, entre os aliados políticos e as pressões do cenário eleitoral.
Conflito entre Bacellar e Reis
A demissão de Reis, que ocorreu em um momento de viagem do ex-secretário, gerou imediata repercussão e questionamentos sobre a unidade do grupo político na Assembleia. Bacellar, que tenta construir sua imagem vinculando-se ao bolsonarismo, recebeu críticas de diversos líderes do PL, que expressaram seu descontentamento com a situação. O senador Carlos Portinho e o deputado Carlos Jordy foram alguns dos que utilizaram a crise para lançar ataques direcionados tanto a Bacellar quanto a Castro. “O PL não pode ir a reboque de aventuras, revanches ou trapalhadas”, afirmou Portinho, ressaltando a necessidade de cautela nas ações tomadas pela liderança do governo.
A repercussão nas redes sociais
Reis, mesmo após sua demissão, não hesitou em se manifestar nas redes sociais, publicando um vídeo em que destaca sua contribuição à secretaria de Transportes e garantiu que não aceitará a validade da assinatura de Bacellar. O ex-secretário parece determinado a permanecer ativo no cargo até a volta de Castro, reforçando sua postura em relação aos seus aliados e à oposição em potencial.
O papel de Cláudio Castro em meio à crise
O governador Cláudio Castro observa de perto o desenrolar dessa crise, ciente de que a escolha entre apoiar Bacellar ou Reis poderá impactar seu futuro político. Castro é descrito como cauteloso por seus auxiliares, que acreditam que qualquer decisão pode ser vista como uma capitulação, seja em relação a Bacellar ou a Reis. A sua imagem e a possibilidade de uma candidatura ao Senado em 2026 estão no centro de suas preocupações, especialmente com a crescente pressão por uma nova figura que possa ameaçar sua posição no jogo eleitoral.
Bacellar busca apoio para 2026
Movendo-se para garantir sua posição, Bacellar se reuniu com o senador Flávio Bolsonaro, buscando fortalecer sua base política e assegurar uma influência significativa na estruturação das próximas eleições. Há um esforço claro para estabelecer um acordo que permita a participação do PL na escolha do candidato a vice em 2026, além de tratar das indicações para o Senado, fornecendo uma alternativa ainda instável ao futuro de Castro.
Perspectivas para o futuro político
A situação atual é de incerteza para todos os envolvidos. A queda de Reis representa não apenas um conflito pessoal, mas também um teste para a habilidade de Bacellar e Castro em manter a unidade em um cenário político que se avizinha conturbado. Além disso, a relação de Reis com outros aliados políticos, como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, complica ainda mais sua situação, especialmente considerando seu suposto alinhamento com o ex-presidente Bolsonaro.
As movimentações no cenário político fluminense refletem uma batalha não apenas pela manutenção de cargos, mas também pela estratégia a ser adotada rumo às eleições de 2026. A fragilidade da aliança entre os aliados políticos de Castro exige uma abordagem cuidadosa para evitar a fragmentação do campo eleitoral que poderia favorecer candidatos adversários, como o próprio Washington Reis, que permanece em cena e pode se tornar uma figura proeminente na corrida eleitoral.
No final das contas, a demissão de Reis por Bacellar é mais do que um simples desentendimento – é o reflexo da luta pelo poder político em um contexto onde interesses e alianças são constantemente testados. O desenrolar dos próximos dias pode muito bem determinar a trajetória política não só de Bacellar e Reis, mas de Cláudio Castro e dos atores políticos que navegam nas águas turbulentas da política do Rio de Janeiro.