Brasil, 5 de julho de 2025
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Brics conclui última rodada de negociações antes da cúpula no Rio de Janeiro

Sherpas do Brics discutiram temas sensíveis como Irã, Palestina e reforma do Conselho de Segurança da ONU antes do encontro de líderes

Os negociadores políticos do Brics, chamados de sherpas, encerraram nesta sexta-feira (4) a última rodada de negociações em preparação para a Cúpula de Líderes, marcada para os dias 6 e 7 no Rio de Janeiro. Apesar de avanços, questões delicadas ainda não tiveram consenso entre os países.

Principais pontos de impasse na preparação da cúpula do Brics

Durante o encontro, autoridades ressaltaram os temas mais sensíveis, entre eles os conflitos envolvendo Irã, Israel e Palestina, além da reforma do Conselho de Segurança da ONU. Apesar de demonstrarem progresso, os países ainda não conseguiram definir uma posição unificada sobre esses assuntos.

Conflito entre Irã e Israel desafia unidade do grupo

O Irã, um dos 11 membros do Brics, vem pressionando o grupo para condenar de forma mais rígida os bombardeios de Israel e Estados Unidos na região, ocorridos entre os dias 13 e 24 do mês passado. Países como Arábia Saudita e Índia evitam se posicionar de forma contundente sobre o tema, buscando manter boas relações com ambas as partes.

O conflito também influencia a relação do Brics com a questão da Palestina, cuja faixa de Gaza sofre bombardeios israelenses há aproximadamente 21 meses, deixando mais de 50 mil mortos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza. Essa disputa por uma postura comum tem gerado divergências internas.

A instabilidade na Ásia do Sul e as tensões entre Índia, Paquistão e China

Outro ponto de tensão foi a crise de maio, quando Índia e Paquistão protagonizaram um conflito de quatro dias com uso de mísseis e drones. Apesar do cessar-fogo, o cenário continua instável, agravado por acusações do vice-chefe do Exército indiano contra a China, por suposta ajuda ao Paquistão com informações estratégicas.

Ausência de líderes de peso na cúpula do Brics

O presidente da China, Xi Jinping, anunciou que não participará presencialmente do evento, sendo representado pelo primeiro-ministro Li Qiang. Vladimir Putin, presidente da Rússia, também não estará presente, mas participará por videoconferência com o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. A ausência de líderes chineses e russos reforça o clima de negociações restritas.

Perspectivas para a declaração final do grupo

Apesar das divergências, os negociadores esperam que a cúpula termine com uma declaração conjunta que reúna o máximo de adesões possível, evitando que o documento seja apenas uma síntese da presidência brasileira. Uma estratégia do Brasil é a elaboração de quatro notas distintas: uma geral e outras específicas sobre saúde, clima e inteligência artificial, buscando consenso em temas prioritários.

Na área de saúde, o foco é criar parcerias para eliminar doenças sociais, ampliando a cooperação na produção de vacinas. Os debates sobre financiamento climático também avançaram, com propostas para que o Brics manifeste uma posição comum sobre modelos de captação de recursos envolvendo bancos multilaterais e capital privado.

Governança ética e tecnologia

Por fim, as discussões sobre inteligência artificial visam estabelecer uma governança global, promovendo uso ético da tecnologia para enfrentar desafios como pobreza, mudanças climáticas, déficits educacionais e doenças.

Segundo fontes próximas às negociações, há uma expectativa otimista de que os textos finais consigam refletir o consenso do grupo na cúpula no Rio de Janeiro.

Para mais detalhes, confira a matéria completa na Agência Brasil.

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